terça-feira, 26 de julho de 2011

Escrevi esse texto dia 20 de Maio... Nesse dia, eu senti a necessidade de ficar com ele mais tempo, não expô-lo de imediato... O que nesse momento já não é o caso... posso compartilhar.. São escritas complexas até pra mim, cheia de contraditórios.. Era assim que eu me percebia... Todos temos um tanto disso, às vezes....

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Hoje eu só,  chorei três dias porque hoje eu... só.
E acordei quando fui dormir.
O agora ainda não chegou ao relógio, pois este está aquém para todos os meus  “agoras”.

Meus poros  abriram, quando o dia de manhã anoiteceu.
E quando amnésia atingiu os seres.
Sem passado.
Sobrou  desejos pontuais e presentes.

Hoje meu estômago me saiu pelos lábios.
E de tão vazio, orgulhou-se de sua leveza e liberdade.
Nada a carregar do peso do mundo.

Hoje meu riso está desconsertado.
Liberta um som esquisito.
Não é uma gargalhada, nem um soluço e não é mudo.
É um tropeço desafinado.

Mais uma vez acolhi  minha solidão.
E nisso ela perdeu o sentido.
Abracei-a com meus braços inteiros...
Coloquei-a em meu colo.
Contei-lhe meus segredos..
E um deles é de que eu a amava.
Chorei emocionada..
Balbuciei-lhe  uma música... sem letra...
Parecia mais uma canção de ninar.
Foi quando acariciei--lhe o seu til.
E ela não mais rosnou pra mim.

Hoje minha alma manda em mim.
Ela não cabe em meus órgãos internos, tampouco em meus membros externos...
Não cabe em minha consciência, tampouco em  meus sentimentos.
Não cabe no meu supereu.
Não se diz nos meus atos.
Não se satisfaz com o que vê, os meus olhos.
Não  se satisfaz com o cheiro que alcança, minhas narinas.
Não lhe é referência a temperatura externa que arrepia  a minha pele.
Não se deixa levar pelo que ouve e nem pelo que deixa de ouvir.

A minha alma continua com fome.
Uma gulosa ela!


Atravessa o meu corpo e exterioza-se a minha volta.
Ela escreve, desenha, dança, desfaz de consumo e ri da minha cara.
Procura acalentar minha inquietação.
Sedenta de letras, de cores, de amores, de carnes , de histórias.
Diz que se todos pudessem vê-la , ainda assim não saberiam quantas cores ela tem.
Nem sobre o seu formato.
Contínua, fluída, multicolor.

Hoje minha alma não cabe em mim.
Amanhã eu penso que terei que correr atrás dela.
Ela definitivamente tem humor e está sempre chamando-me a distâncias, exigi-me mais exatamente nas horas em que penso que cheguei ao lugar dos meus sonhos, ou quando acredito não conseguir continuar.
Confessa-me  que  não nasci da vida, mas de mim nasce a vida quando eu tenho coragem  ...
E acrescenta de que é preciso um tanto disso para deixar morrer o que de mim não há, mas que de alguma maneira ocupa-me  um espaço...


Toma-me pelas mãos e me atravessa no tempo.
Não temo.
Amanhã é agora,  disse-me ela.
Agora!


20 de Maio.
Míriam Machado
"...minha pasta de textos Mirianianos"


Minha alma agradece.
Ela sorri com sutileza, sabes o porquê...
Mas essa minha alma... em estado envolto a própria  intensidade... sorri com a mesma  força  e doçura que conheces tão bem..

domingo, 24 de julho de 2011

4 Anos de Blog!!!!!!!!!!!!!!!! 24/07/2010

Quatro anos!

Tudo ainda vive.

Só a música mesmo é capaz de levar-me  para lugares onde eu não posso ir exatamente agora...
Momento em que eu não posso largas as coisas... Essas coisas que verdadeiramente eu posso dizer, é o meu eu , que se agarra também.
Mas as  músicas... Elas  me levam para todos os lugares, onde eu quero ir...
Permite-me viver tudo que me liberta... na companhia de pessoas que desejo.
Estou eu aqui.... e a música aqui.... e tudo ainda vive em minha mente.... agora.


(Por um presente que ganhei de três semanas.)

Mi

quarta-feira, 13 de julho de 2011

38






E de repente eu me pergunto o porquê.
De agorinha para o dia 02 faltam 20 dias.
Vinte, vinte... Vinte dias!
E só hoje eu me tomo por pensar na idade que tenho.
Engraçado, que a entrada dos meus 37 comemorei com uma velinha de 15 anos... Fora um contratempo da Momo no qual eu fizera uma encomenda... Na última hora, eles não se deram conta das velas... Aí veio a de 15. Foi uma diversão na festa em função desse número... Experiências que a gente não esquece...
Mas a questão é... Por esse tempo que se passou, a toda possibilidade de dizer minha a idade,  eu dizia que tinha quase 40? Por que será que me antecipei tanto?
Por que será que em momento algum eu considerei esses tais 37?
Seria uma pressa a idade da "Loba", seria evitar um número ímpar, mas eu adoro os números ímpares!
Eu sei que não vou me esquecer das experiências que vivi nestes... Mas é fato que se tratou de uma idade não citada nos meus discursos...
E os 38?
Não, não é uma arma.
Mas de fato um novo ciclo que se fecha e outro que se abre e continua.
Um número que marca um saber que mesmo que lhe faltem velas...
Porque o que não pode faltar mesmo... são os vinhos.


OBS:ainda não sei onde irei comemorar meu aniversário... Mas logo, logo comunico!
Beijocas!
Mi

sábado, 2 de julho de 2011




O tempo avança.
Admite-se o  dia e escapa o mesmo.
As horas no relógio giram 360 graus sem enguiço.  
É luz , é sombra.
O vento passa, as nuvens passam, as pessoas passam, as dores passam, as alegrias subsistem.
O meu tudo, alegrias que permanecem.
As lembranças estancam.
E nisso, eu vivo enquanto nisso.
Eu sinto uma saudadezinha das horas que eu poderia ter feito mais alguma experiência e não o fizera.. .
Mas eu ainda autorizo-me.
É.. Eu dotada de recursos, visto que estou aqui.
Eu pego-me surpresa quando de repente a semana já virou, o mês já é fato passado, o ano acabou.
Ainda tenho o agora.
É. Ainda é sábado.
Sustento  os dias livres.
A segunda não chegou.


Míriam Machado
Texto escrito em 25 de Junho de 2011.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Desejo que desejem.

É hoje.... Estamos exatamente no meio do ano....  Hoje, "1º julho às 14 horas, 54 minutos e 36 segundos"...
Já sentei-me aqui no meu quarto calmo...  E deixei algum tempo passar...
"Olhei"  para trás...
Lembrei-me das já conquistas e perdas,  dos momentos mais delicados e mais gloriosos... Lembrei-me dos meus movimentos, de minhas gargalhadas, de algumas lágrimas ou mesmo de uma voz entalada na garganta tentando segurar algumas dores e manter um mínimo de equilíbrio nas horas frágeis... Lembrei-me  das novas pessoas que entraram em minha vida, das pessoas que já se foram, das pessoas que permaneceram e das pessoas que não permaneceram mas também "não foram embora"...... Lembrei do tanto que fizeram-me aprender a mais sobre eu mesma e do tanto que eu ainda posso saber... Lembrei-me do que posso partilhar a respeito da vida, acrescentar a um outro ser... Averiguei a importância  dessas trocas nesses meus quase 40 anos... Momento em que a certeza de que uma das experiências mais ricas da vida é de fato o contato com o outro.
Hoje... Já lembrei-me  dos meus desejos ainda não satisfeitos e das surpresas nas quais eu não contava e que agregaram a minha vida , um tanto mais de experiência.
Tive a oportunidade de amadurecer os saberes no dia a dia  e  perceber-me  mais no que se trata de quem sou e do que  preciso  para viver...
Constatei de que o que preciso está ao meu lado, está ao alcance, de uma simplicidade imensa... Mas pela imensidão da simplicidade não é tão fácil de fazer valer...
Nesses seis meses, não ganhei na sena, não comprei o carro do ano, não tive filhos ou fiz aquela viagem dos sonhos...
Mas nesses seis meses como já a muitos anos,  eu procuro me lembrar do que eu ouvi em uma seção de análise a muitos, muitos, muitos  anos... Momento em que eu não sabia muito sobre em que direção ir e que eu, naquele momento, acreditava que estava tudo muito difícil de acontecer... Era um dia como o de hoje... Tinha esse sol todo... A manhã estava começando... Eu estava tão saudável como agora... Tinha amigos, uma família, já sabia  sobre o que alegrava o meu coração e apaziguava a minha mente... Então ouvi daquela que me tratava das experiências inconscientes:
 "_ Você pode fazer hoje...agora... qualquer coisa que  você quiser! Esse tempo é seu!"
Essa é uma fala, uma intervenção que eu faço uso como uma veste... E esta eu não tiro para tomar banho, para dormir.. Não troco para sair de casa, para entrar em casa, quando estou só ou com alguém. Não tiro quando meu corpo se encontra exausto ou em meio a multidão.. Não temo perder e  não me pesa os meus "bolsos" ...
Então nessa manhã de concentração, tempo de constatação,  olhei para trás e me perguntei deliciosamente o que quero fazer acontecer nesse próximo tempo de 2011.
Renovei  minhas forças sem me esquecer  de que esse agora é todo meu...
Não há nada e ninguém que possa impedir que eu possa viver meu desejo, mesmo porque os meus estudos, a minha profissão garanti-me o saber  que as atitudes,  as decorrências da vida podem até serem vivenciadas por muitos  para/como  impedimento dos próprios desejos... 
Mas essas mesmas atitudes não fazem barra aos desejos dos mesmos. 
Desejos, mesmo que não em atos, continuam pulsantes. 

Essa escrita me serve como um documento, uma identidade que eu tenho e vou fazer valer nesse próximo tempo de 2011 e obviamente pelo tempo de uma vida , a minha.

Se hoje acontecesse uma virada, muitos se reunissem em festa, vestissem o branco, levantassem brindes e se fizessem desejos cheios de esperança de um novo tempo...  Eu desejaria a todos, que no próximo tempo ocupassem-se do que os seus corações desejassem... 
Sem se deixarem cair nas armadilhas das crenças conscientes, sem se deixarem impedir o que pode tornar suas próprias horas... um tanto muito ou tanto pouco mais felizes, sem medos, sem imaginários...
Que tivessem coragem de fazer um movimento, mesmo que pequeno, mas que continuassem construindo...
Desejaria a todos que estão a chegar, aos que permanecem ou aos que já foram ou... não foram.
Desejaria que desejassem...
Enfim, que vivessem verdadeiramente.
  


Míriam Machado
01 de Julho de 2011.