terça-feira, 30 de junho de 2009

Espírito Jeans


Sabe aqueles dias que você está bem demais? Tipo assim... Curtindo um tênis? A fim de fazer nada... A fim de marcar nada.... Até esquecendo o telefone no quarto, sendo que da sala nem vai dar para ouvir... Sabe? Feliz com você mesmo?

Você pode ir até uma locadora pegar um filme... Deitar no seu sofá com as pernas para o alto, luz apagada e curtir de montão esse programa, mesmo sendo uma sexta-feira de lua cheia e com várias opções de festas, que você já sabe, vão bombar!

Mas me refiro aquele dia realmente diferente... Aquele dia que você está afim de fazer um jantarzinho só para você, andar de meia pela casa ( e se der conta que se deu um furo nela, você ainda vai continuar com aquela meia nos pés! E sem tirar os olhos daquele buraco como se estivesse hipnotizado (a)... Afinal é um furo lindo!-risos)
Ou, em outros dias... Você pode sair pela rua de calça jeans e uma blusinha básica... (Isso pode até ser muito comum com os homens, mas com as mulheres... É um estado de espírito, acredite! - É claro que não me refiro a moda carioca! E sim, a maneira que nós mineiras nos vestimos. ) Mas ainda nessa moda básica... Você super a vontade andando pelas calçadas, sem olhar para ninguém... Entretido naquela guloseima fantástica que você se permitiu comprar e que pode lhe acrescentar alguns quilinhos.. Ainda assim, você sái por aí andando com seu mp3 no ouvido, com uma mão segurando a coleira de seu cãozinho e a outra mão, com mais pacotes. A boca cheia, sem poder tossir, porque se fizer... Afff, vai ser uma nojeira..

E aquele dia, que você não está nem aí se a chuva cái? Pelo contrário, ela vai estar lá fora... E você olhando-a pela janeira, vai se lembrar de quantos momentos bons viveu na companhia de alguém por debaixo das cobertas em um tempo igualzinho àquele... Vai sorrir muito sutilmente e irá pensar... Quem será o próximo (a)?
Ou nessa mesma pancada, irá se molhar inteiro e ainda vai lhe lembrar de sua infância, quando você corria na chuva simplesmente por correr...Sabe? Aquelas experiências de criança de subir na rua, bem próximo ao meio fio, porque é ali que desce as enchurradas.. Tudo isso só para ouvir e sentir o tênis fazer aquele barulhinho: ploft, ploft, ploft....

E naqueles outros dias, que você não vai estar nem aí, quando o motorista atrás do seu carro, irá cortar o seu sem dar setas ,porque além da pressa, ele não está ciente de que não vale a pena deixar de cuidar da vida... E quando ele lhe manda o nome &x@*** , você lhe responde com belos sorrisos!
Isso sem contar com aquele flanelinha que lhe aparece do nada, quase amanhecendo o dia com a maior cara de pau, acompanhando você pelo passeio, como se soubesse qual é o seu carro... E você com a boca bem cheia diz: "_ Hoje tô sem trocado, amigo... Deixa para próxima vez..." Mas no fundo vai estar achando ótimo,não dar nem R$0,50 para aquele extorquista *%!#) !
Sabe aqueles dias que você consegue enxergar todos os cães na rua, e ainda sem a menor vergonha conversa com eles? Tudo isso por uma banada de rabo? Sem noção você nesses dias, heim!
E aqueles dias que você acaba de acordar, todo amassado com um bafo horroroso? O cabelo sujasso, fedendo a cigarro daquele bar que você foi ontem, e ainda se olha no espelho e diz para si mesmo: -Ow! Você não pegou ninguém ontem porque não tinha ninguém para pegar, porque se tivesse, você pegava, afinal tu é gatinho (a), heim! Se achando, entende?
E aqueles que você consegue rir de si mesmo? As vezes até alto, e por isso mesmo, começa a pedir a Deus para a graça acabar, porque as pessoas já estão olhando para você e já começam a lhe perguntar: "De que está sorrindo, me conta, eu quero rir também!".
E aqueles dias que você está cheio de amor para dar? Você olha para seus pais ou irmãos que algumas vezes, ou em alguns casos, briga para caramba e consegue vê-los de uma outra maneira. E até deseja dividir com os mesmos, uma história que ouviu.. Ou, tomar uma garrafa de qualquer coisa para festejar a vida? E entende que isso não tem preço!

Sabe aqueles dias que aquele cara, filho da `*&@~"**, que pisou na bola contigo, ficou te devendo... Aquele outro que traiu você com aquela loira... Ou aquela menina que lhe trocou por aquele cara bombado e burro... Ele (a) lhe telefona e você consegue não sentir nada por ele (a)? Tipo assim, uma indiferença total!? E sentir-se assim tão indiferente, maior do que toda essa história que já lhe fez sofrer um dia, lhe faz hoje sentir-se feliz!

E quando aquele seu colega de sala da faculdade, não fez o trabalho e ainda lhe chega sorrindo na maior cara de pau e ainda lhe pede o trabalho escrito para conferir se você colocou o nome dele? E você sem culpa consegue dizer um calmo "sinto muito, você acaba de perder 30 pontos!"

Sabe aqueles dias que você pode estar sem um centavo no bolso , sem perspectiva profissional e amorosa e ainda assim, estar só pensando no que pode fazer de gostoso em suas próximas horas e dias dentro do possível e do impossível? Vai que você ganha umas cortesias, né.. Ou alguém lhe convida para aquela festa tchananan! O negócio é fazer contato!

E então, só o fato de você estar usando um jeans básico já é motivo para estar mais feliz, né.. Sinal de que o corpinho está indo bem.. Porque se um desses não lhe cabe, já sabemos... Precisando afinar a coxa, né... Fala sério! Vamos tratar de entrar no "clima do espírito jeans"e perder uns quilinhos!

Ufa! Que bom que você sabe....Afinal todo mundo merece ter tido um dia com o espírito jeans, né...
Agora...Se você não teve...
Não se desespere! Eu tenho a solução para você!
Me telefona, marca uma hora comigo no meu consultório, comprometa-se a permanecer em trabalho... Você vai para o divã! E todos as opções de jeans irão começar a aparecer no seu guarda-roupa.... Calça justa, reta, escura, clara, boca de sino.... Agora.... Só não espere que eu vá lhe atender com uma calça assim... Da foto... E não considere isso uma coisa ruim...
Afinal... As idéias do espírito jeans é que contam!
(sorrisos...)





Míriam Machado


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26-06-2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Cabernet





Algumas pessoas perguntam-me:

_"Quando foi que isso começou?"
_"Fez algum curso?"
_ "Por que assim, tantos...?".
É, nem sempre conseguimos nos lembrar, quando é que alguma coisa começa ou termina, instante de experimentos... Que bom por não conseguirmos essa reminiscência! Acredito mesmo ser útil tal impossibilidade.
Eu tenho algumas lembranças.. E posso dizer que resisti por muito tempo e diante de diversas oferendas...
Se meu pai me visse hoje, seria um parceiro e tanto por toda essa degustação. Eu gostaria que estivesse, mas como não, me faz bem saber que herdei um tanto disso, dele. Será que começou aí? Vai saber! Talvez o divã favorecesse tal entendimento...
O que eu penso ser mais relevante é: por que o azul e não o verde? Por que o doce e não o salgado? Por que o verão e não o inverno? E mais além... Por que não o azul, o doce e o verão ? E não, o verde, o salgado e o inverno? São combinações, concluí.
No meu caso, não é só o vinho. Ele nunca vem solitário! Chegou-me depois de tanta história... Os experimentos já haviam passado pelos efeitos bombásticos da vodka, pelo grau da breja, pelo afrouxar da cuba, pelos suáveis mas não sem efeitos coquetéis, pelo estimulante whisky... Mas as combinações com tais variáveis não envolveram-me.
Porque tem um "q"de ritual que para cada um faz um sentido, ou não.. Uma emergência que justifica o efeito... Tem o ambiente que estimula ou esmorece. A reciprocidade dos envolvidos... A subjetividade precedente que vai pedir... Uma trama enfim. Um flagrante que vai dizer de si com todas as suas contingências.
Mas vamos lá... Bem no meu particular... Por que o vinho? Quem já escutou "quer vinho, venha!"? (sorrisos) É bem por aí...
Eu posso sim absorver as combinações da química de qualquer manguaça... Com coletivos diversos.... Por um passado, razões anteriores que eu nem mesma me dê conta. Pelo futuro, suas pretensões ou pela falta dela... Pela combinação que me justifica... Pelo meu frio, pelo meu consequente arranjo ou... Doce desarranjo... Pelo meu desejo endereçado, pela causa e efeito, pela provocação de discursos diversos mas conscientes por si só, ou se for o caso, indicando infinitas continuidades. Pelo vermelho sedutor... Pelo seu corpo... E que venha o incorpado! Pelo conhecimento, desde o momento histórico da vinícula. Pelo desfrute da uva por si só. Seus perfumes e suas minúcias que permitem associações. Pela preparação (pré-para-ação, pré-par-ação)....Veja bem... Já não posso dizer se é singular ou plural...
Sempre no inverno.
Sempre no contexto de produção...
Sempre para celebrar.....
Marcar o início e o processo. Porque marca mesmo, como que um perfume! Eu sempre posso me lembrar que vinho tomei, com quem, em que momento. É uma outra referência, que não cabe chegar a um bar qualquer, em uma situação qualquer, na companhia qualquer e se dirigindo ao garçon: _Desce um vinho, aí!
Todo mundo bebe com todo mundo... Mas quem toma vinho, não o faz com todo mundo, apenas por fazer. É preciso o desejo de experimentar com determinada pessoa (s).
O convite tem que existir!
Pelo convite....
Tudo que ele possa significar.
Tem que existir...
Talvez bem se diga assim...Pela existência!
Nada de curso.... Mas percursos... Esses que são do experimento real, concreto, do movimento. Por que tantos? (sorrisos) Porque eu tenho sorte. Eu tenho sorte de conhecer quem me provoque o apetite de fazer essa troca. Porque o vinho é para trocar.... Mesmo que sozinho... (sorrisos) O vinho vai... Independente. Mas quanto a mim? Gosto de experimentá-lo com pessoas... E estas que me provocam sempre estão por aí, aparecendo no meu caminho.
O vinho também tem uma questão com a diversidade. Eu gosto disso.... A cada encomenda, uma nova proposta, nunca o mesmo! E a cada taça, a história já não será a mesma...
Repetir, repetir, repetir.... É um pecado!
Eu nunca sei o que vou sentir com a próxima garrafa.... Mas eu tenho coragem. Talvez... Seja isso também... O novo... Eu sempre desejo experimentar todo este...
A dimensão do vinho não é beber.
É acontecer!
Quando veres a imagem que eu gravo, não pense qualquer coisa do tipo "ela está bebendo".
Não.
Mas fique a vontade para pensar ou dizer:
_Ela está acontecendo!

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Míriam Machado


24-06-2009


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terça-feira, 23 de junho de 2009

Fotografia.

Para quem gosta de fotografia...

Mais um dos meus achados..

http://acquine.alipr.com/

Se trata de um site que você posta sua foto e o próprio "Acquine"vai dar uma nota para sua imagem...

Brincar sempre é bom...

Beijocas!

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Micheladas...

Desmaio as 23:00hs.
02:00hs. Luz aos olhos. Estou acordando! Lembranças das últimas horas me chegam... E tudo que consigo pensar é nos próximos dias.. Ansiedade... Como é possível o estado psíquico mudar tanto de uma hora para a outra?
Levanto-me. Um copo de água. De volta as mantas, edredons e aos três travesseiros. Não consigo voltar a dormir..Não posso acreditar! Ah, não! Vou virar-me para o outro lado... Vai dar certo! Vem soninho, vem soninho!
Nada!
02:30hs. Ainda no embalo da noite... Mas agora? Nada de dormir....
03:10hs... Levanto-me. Mais dois copos de água.
Me chegam os risos e conversas... E conto os dias...
04:00hs. Levanto-me. Vai um pedaço de pizza que estava na geladeira. Nem gosto de pizza de salaminho, melhor, não gosto de pizza com carne! Mas a inquietação é tamanha que nem poude conter-me. Pizza com água. Sim é a ressaca!
4:50hs. Apelo. Vou para o computador, depois de mais dois copos de água gelada!
Revejo coisas... Brinco com as letras, vejo desenhos e me apego aos sorrisos... Deito-me logo depois de tomar um novo copo d'água. Veja bem! A tanto tempo isso não me acontece! Sei controlar o meu sono. Mas certamente, as micheladas não desejam cooperar comigo.
5:30hs.... Sinto a luz chegando.
06:00hs. Tudo apagou-se novamente. Mas meu corpo está sobre o efeito de toda aquela cerveja, sal, suco de limão e gelo... Enfim.. Consigo dormir.
Mas é um sono tão leve, tão ligado no dia que chega...
E a ansiedade me grita!


MMO - 22-06-2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Trezentas diversas e sortidas.



Terça-feira... Semana começando...
Chamo meu amigo para fazer-me companhia para comer qualquer coisa no Bolão.. "Preciso relaxar" , digo a ele. Sáio de minha aula mais cedo, hoje eu realmente não estava a fim. Sabe aqueles dias que você vai se empurrando para um determinado lugar? Foi hoje! A aula na terça não é razoável.
Meu amigo, Schmitt ... - sorrisos - Parceiro! Meu companheiro para as horas boas? Sim! Sempre! Mas e para as horas ruins? Muito mais que sempre!
Lá vamos nós.. Cada um com seu desabafo. Eu como já havia adiantado... Angústia... "Aquelas coisas".. (adoro essa frase de duas palavras, que todo mundo pensa a respeito, acha que entende, até tem uma noção, mas não distingue a dimensão da gravidade...)
Mas está valendo! A intenção é o que conta! Estamos todos aí... Para o que der e vier... E como eu já bem digo para quem queira ouvir, Dedé Schmitt é desses... E eu, como até cheguei a dizer-lhe ainda essa noite.... Ele nem tem nome mais... O chamo por Amigo e ele já sabe que é com ele!
Antes do encontro, ainda ao telefone, ele diz: "Eu te acompanho! Não bebo e não como carne, você sabe...
(sorrisos meus) Esse é o meu amigo... Vegetariano, experimentando uma vida mais saudável... Nada de álcool também.. Mas quem disse que eu preciso de alguém que coma carne ou beba para me fazer bem?
Enfim... Peço minha Brahma... Em seguida, minha mussarela... Saindo do meu equilíbrio da dieta.. ( Ok! Eu sei que não preciso, mas quero manter, posso? E hoje vou abrir a exceção...) Ah, sim! Nesse queijinho ele me acompanha!
Contamos da vida.. Detalhes... Dizemos das mudanças necessárias... Decisões difíceis de tomar... Abrir mãos de histórias não é para qualquer um... É preciso ter coragem! Mas para pessoas grandes, coragem não falta! O que não quer dizer que não seja sofrido, duro... Mas estamos na vida para viver! Quase sempre precisa-se perder algo para se conquistar uma outra experiência...
Falamos de vida profissional o que acarreta um tudo... Tudo de moradia, tudo de vida social, tudo de vida amorosa, tudo de desejo, tudo de libido... Tudo! Ai, meu Deus! Precisa-se mesmo fechar todas as portas e começar de novo?
Estamos os dois em momentos cruciais.. Quem não está?
Se não hoje, converso dias diversos com amigos sortidos... Cada um com sua questão... Há aqueles que estão satisfeitos financeiramente com o retorno financeiro no trabalho que têm... Gastam horrores... Vivem de tudo! Futuro garantido... Poupança crescendo... Mas e a satisfação da criação? Han? O que? Quem perguntou o quê? Onde estou? Quem? Quando? Onde?
Hummm... Que coisa... "A vida como ela é", não é mesmo Nelson Rodrigues?
Mas aí, vamos pensar nestes que fazem o que gostam... Fazem quando? Fazem quanto?
Quando dá e ponto! Sim! Quando é possível... Porque a experiência de se viver o que se deseja no sentido mais intenso da palavra também não acontece a toda hora... Ok... Se vive uma hora aqui, outra ali, mas sem salário... Vixe! Cadê o retorno financeiro? Poxa... Vive-se o prazer da libido e ainda deseja-se salário? Não estás querendo demais? Isso é para rir ou para chorar?
Então... "A vida como ela é" de novo...
Falamos sobre isso...Escolhas.. Valer o desejo ou apelar para a segurança? "Aquelas coisas", mais uma vez a tal frase... Caraca! Quem foi que pensou nessa frase que diz tudo sem dizer nada e fecha realmente a questão? Todo mundo entende!
Lá vamos nós... Filosofamos...
Eu: "No princípio temos que investir na gente... Daí aspira-se o retorno financeiro considerável... Para investir na gente de novo..."
Amigo: "Com a aposentadoria... Já na velhice, se a gente chegar até lá, tomando remédio... A gente gasta tudo"...
Outra cerveja... E o Dé? Outra água... Ah, sim! Eu peço um chocolate "Talento"... Tá lento... Oh, vida! Acelera!!!
Já vivemos tanto... (Pensamos em voz alta...) Já fizemos isso.. Fizemos aquilo... Estudamos... Investimos naquilo outro... E o tempo... Quanto temos? E o dinheiro? Não temos... Putz.. Então fu....!
Mas hei que aparece uma terceira opção! Opção mesmo? (sorrisos) Calma! Me deixa contar!
Uma criança linda... Devia ter uns seis anos...Uma criança branquinha, bochechas rosadinhas, de cabelos lisos, sorridente, parecia estar brincando com um cacho de pulseiras na mão.. Dessas de linha sabe? Hippie, podemos assim dizer... Vem chegando a mesa, perguntando se queremos uma pulseirinha...
Eu não resisti aquela doçura... Pedi que se aproximasse... Pergunto seu nome.
_Lucas.
Pergunto onde está a mãe dele...
(Lucas): _ Ali com minhas duas irmãzinhas gêmeas.
(Eu): _Dois irmãozinhos...
Mal termino a frase, ele me corrige: _ Irmãzinhas!
(sorrisos meus)
Eu e Dé conferimos a informação... Carrinhos de bebê bem atrás de mim... A mãe de ótima aparência sentada no muro baixo de uma casa. Nem estava observando o Lucas... Bom... Eu penso que deveria estar... Mas isso já é papo para outra crônica...
Resolvo comprar a pulseirinha de R$3,00. Lucas, lindo, foi quem escolheu para mim.. Me perguntava:
_Você gosta de rosinha?
_Hummm... Rosinha, rosinha, não... (sorrisos meus _ para variar, porque estou sempre sorrindo)
Chegamos a um acordo, Lucas eliminou a rosinha , mas escolheu a segunda opção entre 300 pulseirinhas de forma bem pontual. Foi até sua mãe para soltar a mesma dentre todas as outras... Retornou até nossa mesa saltitando com o bolo de pulseiras na mão como se estivesse brincando... Certamente essa experiência de passar entre as mesmas com todas aquelas linhas e cores nas mãos fosse realmente uma brincadeira para ele.
Fiquei com a pulseirinha nas mãos e com a real noção do que é a vida profissional e a vida do desejo. Pulseira, pulso, batimentos, vida....
Uma escolha entre 300 combinações que um sujeito possa fazer.
Você pode passar uma vida, sua única vida, dedicando-se ao conforto e por isso mesmo, sem fazer o que realmente gostaria...
Você pode dedicar-se uma vida a fazer o que gosta, mas com sua vida financeira bem precária, sem poder fazer o tanto que gostaria...
Você pode dedicar-se em sua vida, sua única vida, abrindo mão de confortos, abrindo mão do que do que gosta, e fazer o que dá para ser feito.. Essa terceira é a alienação completa!
Talvez entre uma escolha e outra seja possível tentar um equilíbrio... Também conheço um montante que conseguiu... No que fazem a diferença?
A consciência do tanto que se torna necessário o equilíbrio entre as mesmas, também, talvez dure uma vida... E muito provavelmente não teremos ela inteira para escolher e uma outra inteira para viver de acordo com a escolha feita... O único tempo para a experiência é agora. O mínimo que se possa esperar é que se consiga estar, mesmo que angustiado, capengando entre o desejo, o conforto e o nada, construir uma experiência digna. Em outras palavras... Talvez se possa viver intensamente de forma bem simples mas gloriosa, ainda entre momentos vazios, ninguém tem a ilusão da ausência destes. Mas com um tanto de amor ao que se faz e um conforto sem excessos... E que diante de perguntas como Lucas me fez:
_ "Você gosta de rosinha?"
_ Rosinha, rosinha, não... Mas alguma cor menos sonhadora e mais real eu gosto e posso...



Míriam Machado.
16-06-2009

domingo, 14 de junho de 2009

Ser lembrada não tem preço.

Lived In Bars
Cat Power

We've lived in bars
And danced on tables
Hotel trains and ships that said
We swim with sharks
And fly with aeroplanes in the air
Send in the trumpets
The marching wheelchairs
Open the blankets and give them some air
Swords and arches bones and cement
The light and the dark of the innocent of men
We know your house so very well
And we will wake you once we've walked up
All your stairs
There's nothing like living in a bottle
And nothing like ending it all for the world
We're so glad you will come back
Every living lion will lay in your lapThe kid has a homecoming the champion the horse
Who's going to play drums, guitar or organ with chorus
As far as we've walked from both of ends of the sandNever have we caught a glimpse of this man
We know your house so very well
And we will bust down your door if you're not there
We've lived in barsAnd danced on tables
Hotel trains and ships that sail
We swim with sharks
And fly with aeroplanes out of here








Amarula, lindo!!!!!!!
Esse presente de super bom gosto tem tudo a ver comigo!
Da letra até os detalhes do vídeo... Enfim...
Lembrança de quem já me conhece, né....
Adorei mesmo, você sabe!
- sorrisos-
Beijoca!



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Ma vie en liberté

Tais letras...
Uma história.








Então... Estou por aí tentando iniciar uma relação com a imagem... De uma maneira diferente quero dizer, porque de outras maneiras, essa relação já existia...
Pri, obrigada por permitir-me divulgar a foto!
Você realmente foi uma modelo belíssima!



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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Tudo que me cobre.






Inverno.
Eu nasci nele.
Este que realmente toca toda a minha constituição.
No corpo.
Sua corrente me contorna e me obriga a elegância de seu tempo.
Todos os meus cachecóis me abrigam.
Seu vento me racha a pele... Desejas marcar os meus traços, me atravessar a superfície até os ossos. Não tem dó de mim!
Na mente.
Me desorienta, me inquieta.
Uma provocação sem fim!
Mas ainda assim não me impede os rituais. Evoco os simbólicos, as metáforas...
Arranco dos armários, todos os lenços e xales que me socorrem e seduzem tudo aquilo que você possa tentar inibir.
Echarpes me compõem, me protegem e vingam-me cheia de performances.
Nada mais charmoso...
Estação branca, reservada com seus ares inquietos lhe retruco com antônimos..
E abraçando sua causa lhe supero...
Supero até a mim.
Com as cores de seu tempo..
Com os linhos que de ti correm e me cobrem as curvas.
No espírito.
Aclamo as videiras que me permitam teus sucos e me aqueçem a alma...
Intimidante, mas não pra mim!
Árido... Supero-te com os meus sorrisos e criações.
Porque foi isso que tirei de ti... As superações...
Volta-me todos os anos... Lembrando que de ti vim.
Mas mostro-lhe que já nem sou a mesma...
Cresci.
Terás que seres persistente para contornar-me até gelar-me...
Porque minhas meias e luvas abrigam-me...
A minha cor, meus chás ruborizam outra vez..
E por mais que sejas insensível, frio...
Meus chocolates adoçarão as minhas idéias.
E por mais que dóa em mim.
Eu ainda posso suceder a ti...
Desfilando assim...

Míriam Machado
12-06-2009













sábado, 6 de junho de 2009

Espelhos planos...

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A fotografia diz.
Evidencia o encoberto, o oculto... Denuncia o disfarçado, o subentendido.. Presenteia com o implícito...
Nossa... Isso é uma delícia? -sorrisos-
Apresentando, representando os ângulos.... Quase que uma matemática...
Somando, somando....
Só amando, só amando...
Ela conta mais do que a deliniação. Personifica seus olhares. Não os meus, mas os seus....
Ela registra a história toda como testemunha. Ela estava lá! Detalhista sem perdão! Rigorosa na atemporalidade, ela ultrapassa os ponteiros. E esmiuça suas histórias....
Aquelas que talvez você queira mesmo levar contigo...
Ou queira e não possa...
Ou não queira mesmo, mas vai.
Veja bem! Que ironia...
Aqueles nossos apreços que fotografamos...
Aqueles que poderíamos mirá-los através da lente por uma vida... Sabe? Aqueles que você não cansa de olhar?
Sabe-se lá o quê! "Cada um com seu cada um": já dizia-me alguém em algum momento em minha vida...
Mas talvez você possa se lembrar...
De alguma estima......
Qualquer que seja! Aquela que você de longe se envolve como que por encantamento e deseja congelar seu suspiro... O suspiro do objeto...
E esse tal objeto depois de fotografado vai começar a partir de então, contar algo que não através de sua palavra. Vai falar por si mesmo.
E seus verbos, fotógrafo! Agora nada dirão! Sua palavra por mais que descreva, não irá dizer ainda um tanto dela.
Porque ela, a imagem, vai dizer através de uma outra esfera. Uma outra luz, um outro foco, outro enquadramento. Esse desenho que sulgou o seu desejo.
Sim, porque a escolha de seu flash vai para onde está todo seu gozo.... E disso nada se pode negar!
Talvez então... Diante dessa imagem que não mais lhe pertence internamente.... Porque agora ela é outra coisa sem nome! Está fora de ti. Talvez ela lhe escancare por dentro.
E depois disso...
O que se pode fazer?
Chorar uma tragédia ou brindar como que, em uma festa?
As idéias iluminam como flashes...
Me atentam por onde os olhares focam....
E me defronto com proporções... A matemática de novo?
Me deparo com a natureza da investigação, fotografia, apropriação...
O que procura-se destacar?
Uma virtude?
O poder?
O velado?
Uma posição?
O belo?
A paixão?
Um apaziguamento?
O ódio?
A falta?
O escândalo?
Para que se dá o execício de se trazer à tona?
Do que andas se apossando?
E do que não? Isso é possível? – sorrisos – Ah, sim!

Como se não existisse................. Outro dia me dei conta... Conta? Matemática ou descrição?
Um exemplo inverso: uma inclinação no qual eu naturalmente teria fotografado muito...... E coincidentemente, nenhuma imagem dessa, eu gravei.. Nenhuma? Triste... Muito triste!
A minha relação com o retrato evidenciou-me... Foi o meu desnudamento... Declarou que do outro lado do espelho andam os meus investimentos.
Investimentos... Isso seria a matemática mais uma vez?
Todos os meus desejos são retratados. Se não, é porque não há desejo. Quanto menos ou quase nada de linhas e cores: sem história.
Subtraindo, subtraindo... A matemática de novo, veja isso!
Sub... Traindo.. Sub... Traindo... Mas essa última, definitivamente não foi uma delícia!
Fotografia que descreve como espelho.
Fotografia que descreve-me como espelho.
Fotografia que descreve-lhe como espelho.
E ela vaidosa no final...
Rubricou!


Miriam Machado
06-06-2009


*Matemática:
“é a ciência do raciocínio lógico e abstrato. Ela envolve uma permanente procura da verdade. É rigorosa e precisa.”... “a Matemática continua permanentemente a modificar-se e a desenvolver-se.”

( http://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1tica )
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quarta-feira, 3 de junho de 2009

Decurso.

Proferem a madrugada mais fria do ano...
Cuidados adiantam-se...
Banho estirado....
Quente... Muuuuuuito quente...
Deixam-me as extremidades tomadas de pregas...
Cozinhando minha carne....
Pronta para acompanhar de cebolas, tomates e azeites...
Ensejo para vinhos....
E velas....
E consequências.

Míriam Machado
03-06-2009