sexta-feira, 12 de junho de 2009

Tudo que me cobre.






Inverno.
Eu nasci nele.
Este que realmente toca toda a minha constituição.
No corpo.
Sua corrente me contorna e me obriga a elegância de seu tempo.
Todos os meus cachecóis me abrigam.
Seu vento me racha a pele... Desejas marcar os meus traços, me atravessar a superfície até os ossos. Não tem dó de mim!
Na mente.
Me desorienta, me inquieta.
Uma provocação sem fim!
Mas ainda assim não me impede os rituais. Evoco os simbólicos, as metáforas...
Arranco dos armários, todos os lenços e xales que me socorrem e seduzem tudo aquilo que você possa tentar inibir.
Echarpes me compõem, me protegem e vingam-me cheia de performances.
Nada mais charmoso...
Estação branca, reservada com seus ares inquietos lhe retruco com antônimos..
E abraçando sua causa lhe supero...
Supero até a mim.
Com as cores de seu tempo..
Com os linhos que de ti correm e me cobrem as curvas.
No espírito.
Aclamo as videiras que me permitam teus sucos e me aqueçem a alma...
Intimidante, mas não pra mim!
Árido... Supero-te com os meus sorrisos e criações.
Porque foi isso que tirei de ti... As superações...
Volta-me todos os anos... Lembrando que de ti vim.
Mas mostro-lhe que já nem sou a mesma...
Cresci.
Terás que seres persistente para contornar-me até gelar-me...
Porque minhas meias e luvas abrigam-me...
A minha cor, meus chás ruborizam outra vez..
E por mais que sejas insensível, frio...
Meus chocolates adoçarão as minhas idéias.
E por mais que dóa em mim.
Eu ainda posso suceder a ti...
Desfilando assim...

Míriam Machado
12-06-2009













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