terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A idéia...


A idéia é maior do que o consumo...

Todo mundo pode alcançar...

E para isso só é necessário desejar...

O meu desejo...

É que todos desejem!


Míriam Machado


15-12-2009

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

domingo, 4 de outubro de 2009

Aval.

Antes de desistir é necessário permitir-se ser ousado.

Míriam Machado

27-10-2009





* Aval: Conceito – É uma garantia pessoal autônoma e solidária (independente) destinada a garantir títulos de crédito.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Le festin

.



Les rêves des amoureux sont comme le bon vin
Ils donnent de la joie ou bien du chagrin
Affaibli par la faim je suis malheureux
Volant en chemin tout ce que je peux
Car rien n'est gratuit dans la vie
L'espoir est un plat bien trop vite consommé
À sauter les repas je suis habitué
Un voleur, solitaire, et triste à nourrir
À nous, je suis amer, je veux réussir
Car rien n'est gratuit dans la vie
Jamais on ne me dira
Que la course aux étoiles, ça n'est pas pour moi
Laissez-moi vous émerveiller, et prendre mon envol
Nous allons enfin nous réga... ler
La fête va enfin commencer
Et sortez les bouteilles, finis les ennuis
Je dresse la table, de ma nouvelle vie
Je suis heureux à l'idée de ce nouveau destin
Une vie à me cacher, et puis libre enfin
Le festin est sur mon chemin
Une vie à me cacher et puis libre enfin
Le festin est sur mon chemin


..Letra de Camille Dalmais

domingo, 27 de setembro de 2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Idade do livro.

Sim.


Eu já me dei conta. Tem aniversário que marca a gente e não necessariamente pelo dia em si... Mas pelo que acontece no decorrer dos 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos....
E eu comecei nesses numeros um tanto assim... Cheia de letras... Cheia de extravagâncias , de não-saber e saber.
Uma idade do livro.
E me livro.

Eu fui para outro lugar, e a cada decifre de combinações do alfabeto, eu ganhei um tanto de raciocínios...
Me encontrei em muitos.
Me perdi em vários.

Tornei-me feliz e inquieta.
Muito inquieta, afinal eu precisava como respirar, o dividir.
Daí procurei um todo, aqueles que se enrolavam às idéias.
Dividi uma escrita aqui e outra ali.
E sem cessar... E sem me cansar... Não consegui me aquietar...
E isso durou esse tempo todo aí..

Estupor _____
".....esse subito não ter,
esse estupido querer,
que me leva a duvidar,
quando devia crer.
Esse sentir-se cair,
quando não existe lugar,
aonde se possa ir.
Esse pegar ou largar..."
Paulo Leminski


Míriam Machado

domingo, 30 de agosto de 2009

Rica.



O ovo apunhalado - LIVRO
_ Eles_
"...Porque você não pode voltar atrás no que vê. Você pode se recusar a ver, o tempo que quiser: até o fim de sua maldita vida, você pode recusar, sem necessidade de rever seus mitos ou movimentar-se de seu lugarzinho confortável. Mas a partir do momento em que você vê, mesmo involuntariamente, você está perdido: as coisas não voltarão a ser mais as mesmas e você próprio já não será o mesmo."

Caio Fernando Abreu

Eu tenho consciência..
Os melhores presentes que ganhei, eu não posso tocar...
Pessoas dão-me presentes...
Do lugar de uma outra experiência, de um outro saber.
Não dá para abraçar tudo...
E é nesse lugar, que me chegam tão delicadamente e oferecerem-me os teus braços, presenteiam-me com os teus saberes!
Isso não se pode pagar..
Isso não se pode tocar.
Mas alguém pode acrescentar-lhe algo, se estiveres aberto para receber.
Mari, sua indicação foi reveladora.
Eu digo...
Sempre digo..
Presente que não tem preço...
Presente que não se compra... É uma outra coisa!
Você vai ter que trocar comigo, miúdos desse cara, por uma vida! -sorrisos

E eu posso dizer... Esse é o início de uma nova etapa dentro de uma análise.

Míriam Machado
30-08-2009

terça-feira, 18 de agosto de 2009

No contador, o ato de existir.

Menina...
Aprendiz... E eu tinha um único medo....
O de ceder ao mesmo.
Anos se passaram....
O sobressalto passou a ser cronológico.
Temi não ter tempo de concretizar as ambições.
Não mais menina.... A natureza do sentimento ganhou qualidade. Apreensiva por não conseguir realizar toda aspiração que se multiplicava em um tempo não mais cronológico, mas lógico.
No imediato, tempo da sensatez.
Desejando o ato viver. E ter a chance de experenciar momentos diversos, o ensaio de realização, que já acontecera e que fizera dar-me conta, de que permitir-se o máximo do desejo é uma possibilidade única de fazer-se vivo!
E nesse tempo, eu desejo tal perícia ao mundo.
No cronógrafo próximo...
Eu anseio por poder dizer.



Míriam Machado


"mesmo na idade de virar eu mesmo
ainda confundo felicidade
com esse nervosismo"
Paulo Leminski

..
18-08-2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009





Onde foram parar os meus cataventos?
Eu estava com eles bem aqui!
A 30 anos atrás....



Míriam Machado
17-08-2009

domingo, 16 de agosto de 2009

Não me é simples...

Não costumo pedir muitas coisas a Deus...
Mas encontro-me lembrando dele, quando de repente, eu quero chorar....
...e não consigo...
Eu não sei porquê não consigo...
E me pego sussurrando:
"Me ajude a chorar... Me ajude a chorar...
...me ajude... "

Míriam Machado
16-08-2009

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O que é meu.

Minhas relações...
Não mais as divido...
Essa nem é a experiência de minhas completas rosas, mas de minha estrutura.
Logo...
Não me pergunte sobre as cores que elas possuem.
Não me pergunte sobre seus nomes...
E nem sobre seu tempo de vida.
Tampouco, me pergunte sobre a natureza do que causam em mim.
Tudo isso já são marcações do quadrado a que me convém.
Se só a mim tornam-se íntimas...
Intímas permanecerão somente a mim.



Míriam Machado
12-08-2009

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Holometabólica.

Hoje estou a fim de sair de mim...
Ir pra lá, onde não sei...
Onde uma completa estranha possa permanecer...
Andar sem rumo... E quem sabe conseguir ir deixando as coisas cairem na estrada?
Eu quero mesmo perder esse tanto de partes...
Eu não passei cola em nada disso...
Chegar lá na frente... Toda vazia... Bem vazia!
E limpa...
E leve.
Talvez não lembrando-me de nada...
Talvez ao invés de desejosa...
Poder tornar-me e apenas tornar-me.

Míriam Machado
10-08-2009

sábado, 8 de agosto de 2009

Um abraço amontoado de braços...

Uma família partida.
A minha.
Um tanto de lá...
Outro tanto de cá...
É assim já a tanto tempo...
Estão partindo....
Pessoas partidas...
A razão lá... O coração cá...
O tempo partido...
O passado cá... O presente lá...
Onde se dará o futuro dos mesmos?
Todos querendo o bem do outro...
Desejando que algo aconteça e melhore o que não está bom...
E diante de um desejo intenso de que o outro fique bem, consigo sonhar que em um abraço, fosse possível apagar da história, os acontecimentos que machucaram cada um...
Eu queria poder dar um abraço desses... Fechar os olhos... E simplesmente tirar de cada um, o que eles gostariam de não ter experimentado em suas histórias...
Todos querelantes por todos...
E quando eles vêm pra cá, a família um tanto que muda...
Muda lá.. Muda cá...
E quando se vão... Fica todo mundo segurando uma expressão...
Quem fica, permanece com uma expressão, de que parte de si está indo embora...
Quem vai, leva a expressão de que está deixando parte de si...
Todos estão partidos...
Todos estão partindo...
Sorrisos chorosos nas despedidas...
Tentando segurar tudo que gostariam de dizer mas que já nem haverá tempo...
Tentando segurar a lágrima que denuncia a saudade que já está gritando...
Há Parte que vem todo ano amenizar...
Há Parte que nunca veio para aliviar...
Há Parte que vai para abraçar...
E há Parte que nunca fora se alegrar...
Família partida...
Que se multiplica do lado de lá...
E consequentemente multiplica a saudade dos que estão de cá...
Hoje eu escutei algo.... Que dizia sobre um desejo intenso...:
"_Um momento... Todos juntos..."
E fiquei sonhando com um abraço grande... Apenas um abraço amontoado de braços... Os nossos...Sem hora para acabar... Sem palavras...
E na despedida... No sorriso sem graça da matriarca... E nos seus olhos vermelhos e molhados... Eu pude confirmar... Que é fato. Todo mundo tem mesmo que buscar seu caminho... Seja cá... Ou seja lá... Mas que sempre ficará um espaço vazio... Quando alguém vai... Por aquele que nunca voltou... Por aqueles que nunca foram... Por aqueles que vão, mas que voltam...
Essa é a nossa família...
Se eu pudesse concretizar o sonho... Além de um abraço inteiro de nove... Com a lembrança dos DOZE... Eu daria um abraço que nos tirasse a experiência que desencadeou a necessidade da divisão desses... E então... Nesse sonho de abraço, tudo seria realmente diferente....
Mas sabemos que ainda é possível acontecer...
Um abraço de nove...
Que não é inteiro no número, mas inteiro no amor que construiu tudo isso... E mesmo que parte esteja lá.. Ou esteja cá... Nunca deixou de ser e nunca foi partido...
O sentimento? Ah, sim! Esse sempre permaneceu...
Inteiro!


Míriam Machado
08-08-2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Ela já me dizia... E eu nem ouvia....



















Aqui dentro...
Não havia luz, caminhos, referências... Não havia setas, indicações ou saberes...
Não havia crença, idéias ou expectativas...
Estava tudo por terminar...
Era um vazio a toda volta...
Inexistência da cor.... Do som... Tudo era sombra e oco.
O silêncio conseguia enlouquecer...
Sem toque.
Sem memória.
Tudo era solidão.
Nada de calor....
Nada.
Até chegar-me a janela...
E ela estava por lá...
Como quem dizia:
_Eis-me aqui clareando tudo... De uma outra maneira... Essa.. Que você nem se lembrou como algo possível... Que não lhe vinha como referência, mas que nem por isso, és menos bela e impetuosa.
É sim possível...
Desde que você se permita olhar e perdurar...
Como tudo na existência.


Míriam Machado

05-08-2009




(Foto tirada do 5º andar da sala do meu consultório.)


...



É preciso continuar, mesmo, que por completas escuras....
Míriam Machado
04-08-2009



...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Flexibilizando....

Esvaziando gavetas...
Me livrando de trecos.
Apagando fantasmas.
Tirando poeira.
Revendo coisas.
É possível ou não experimentá-las de novo...
Fechando algumas portas.
Abrindo outras.
Largando mão.
Molhando-me na chuva.
E nada de pedra...


22-07-2009
Míriam Machado

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Deixar ir...

Eu sei, não é pouca coisa.
E eu também sei, não é simples.
E nem vou omitir.
É como colocar o dedo na ferida.
Fazer isso sempre.....
Como que esmagando a mesma, deixando ir...
Desgarrar-se de agarros.
Deixa ir...
Deixa ir...
Eu sempre digo...
Deixe ir e volte para si...
Essa é a maior prova que se possa permitir....
Voltar-se para si.
Mas antes é mesmo preciso...
Deixe ir...




Míriam Machado
20-07-2009

terça-feira, 14 de julho de 2009

.. lllılı..ıılllllılı..ıılllllılı..ıılllllılı..lllılı...lllılı..ıılllllılı ..

Eu estou assim....
Intensamente assim...
E tudo está mal cabendo em mim.
......lllılı..ıılllllılı.......ıılllllılı..ıılllllılı...
..lllılı...lllı.. lllılı..ıılllllılı..ıılllllılı..ı........
lllılı..ıılllllılı..ıılllllılı..ıılllllılı..lllılı...



Míriam Machado
14-07-2009

terça-feira, 30 de junho de 2009

Espírito Jeans


Sabe aqueles dias que você está bem demais? Tipo assim... Curtindo um tênis? A fim de fazer nada... A fim de marcar nada.... Até esquecendo o telefone no quarto, sendo que da sala nem vai dar para ouvir... Sabe? Feliz com você mesmo?

Você pode ir até uma locadora pegar um filme... Deitar no seu sofá com as pernas para o alto, luz apagada e curtir de montão esse programa, mesmo sendo uma sexta-feira de lua cheia e com várias opções de festas, que você já sabe, vão bombar!

Mas me refiro aquele dia realmente diferente... Aquele dia que você está afim de fazer um jantarzinho só para você, andar de meia pela casa ( e se der conta que se deu um furo nela, você ainda vai continuar com aquela meia nos pés! E sem tirar os olhos daquele buraco como se estivesse hipnotizado (a)... Afinal é um furo lindo!-risos)
Ou, em outros dias... Você pode sair pela rua de calça jeans e uma blusinha básica... (Isso pode até ser muito comum com os homens, mas com as mulheres... É um estado de espírito, acredite! - É claro que não me refiro a moda carioca! E sim, a maneira que nós mineiras nos vestimos. ) Mas ainda nessa moda básica... Você super a vontade andando pelas calçadas, sem olhar para ninguém... Entretido naquela guloseima fantástica que você se permitiu comprar e que pode lhe acrescentar alguns quilinhos.. Ainda assim, você sái por aí andando com seu mp3 no ouvido, com uma mão segurando a coleira de seu cãozinho e a outra mão, com mais pacotes. A boca cheia, sem poder tossir, porque se fizer... Afff, vai ser uma nojeira..

E aquele dia, que você não está nem aí se a chuva cái? Pelo contrário, ela vai estar lá fora... E você olhando-a pela janeira, vai se lembrar de quantos momentos bons viveu na companhia de alguém por debaixo das cobertas em um tempo igualzinho àquele... Vai sorrir muito sutilmente e irá pensar... Quem será o próximo (a)?
Ou nessa mesma pancada, irá se molhar inteiro e ainda vai lhe lembrar de sua infância, quando você corria na chuva simplesmente por correr...Sabe? Aquelas experiências de criança de subir na rua, bem próximo ao meio fio, porque é ali que desce as enchurradas.. Tudo isso só para ouvir e sentir o tênis fazer aquele barulhinho: ploft, ploft, ploft....

E naqueles outros dias, que você não vai estar nem aí, quando o motorista atrás do seu carro, irá cortar o seu sem dar setas ,porque além da pressa, ele não está ciente de que não vale a pena deixar de cuidar da vida... E quando ele lhe manda o nome &x@*** , você lhe responde com belos sorrisos!
Isso sem contar com aquele flanelinha que lhe aparece do nada, quase amanhecendo o dia com a maior cara de pau, acompanhando você pelo passeio, como se soubesse qual é o seu carro... E você com a boca bem cheia diz: "_ Hoje tô sem trocado, amigo... Deixa para próxima vez..." Mas no fundo vai estar achando ótimo,não dar nem R$0,50 para aquele extorquista *%!#) !
Sabe aqueles dias que você consegue enxergar todos os cães na rua, e ainda sem a menor vergonha conversa com eles? Tudo isso por uma banada de rabo? Sem noção você nesses dias, heim!
E aqueles dias que você acaba de acordar, todo amassado com um bafo horroroso? O cabelo sujasso, fedendo a cigarro daquele bar que você foi ontem, e ainda se olha no espelho e diz para si mesmo: -Ow! Você não pegou ninguém ontem porque não tinha ninguém para pegar, porque se tivesse, você pegava, afinal tu é gatinho (a), heim! Se achando, entende?
E aqueles que você consegue rir de si mesmo? As vezes até alto, e por isso mesmo, começa a pedir a Deus para a graça acabar, porque as pessoas já estão olhando para você e já começam a lhe perguntar: "De que está sorrindo, me conta, eu quero rir também!".
E aqueles dias que você está cheio de amor para dar? Você olha para seus pais ou irmãos que algumas vezes, ou em alguns casos, briga para caramba e consegue vê-los de uma outra maneira. E até deseja dividir com os mesmos, uma história que ouviu.. Ou, tomar uma garrafa de qualquer coisa para festejar a vida? E entende que isso não tem preço!

Sabe aqueles dias que aquele cara, filho da `*&@~"**, que pisou na bola contigo, ficou te devendo... Aquele outro que traiu você com aquela loira... Ou aquela menina que lhe trocou por aquele cara bombado e burro... Ele (a) lhe telefona e você consegue não sentir nada por ele (a)? Tipo assim, uma indiferença total!? E sentir-se assim tão indiferente, maior do que toda essa história que já lhe fez sofrer um dia, lhe faz hoje sentir-se feliz!

E quando aquele seu colega de sala da faculdade, não fez o trabalho e ainda lhe chega sorrindo na maior cara de pau e ainda lhe pede o trabalho escrito para conferir se você colocou o nome dele? E você sem culpa consegue dizer um calmo "sinto muito, você acaba de perder 30 pontos!"

Sabe aqueles dias que você pode estar sem um centavo no bolso , sem perspectiva profissional e amorosa e ainda assim, estar só pensando no que pode fazer de gostoso em suas próximas horas e dias dentro do possível e do impossível? Vai que você ganha umas cortesias, né.. Ou alguém lhe convida para aquela festa tchananan! O negócio é fazer contato!

E então, só o fato de você estar usando um jeans básico já é motivo para estar mais feliz, né.. Sinal de que o corpinho está indo bem.. Porque se um desses não lhe cabe, já sabemos... Precisando afinar a coxa, né... Fala sério! Vamos tratar de entrar no "clima do espírito jeans"e perder uns quilinhos!

Ufa! Que bom que você sabe....Afinal todo mundo merece ter tido um dia com o espírito jeans, né...
Agora...Se você não teve...
Não se desespere! Eu tenho a solução para você!
Me telefona, marca uma hora comigo no meu consultório, comprometa-se a permanecer em trabalho... Você vai para o divã! E todos as opções de jeans irão começar a aparecer no seu guarda-roupa.... Calça justa, reta, escura, clara, boca de sino.... Agora.... Só não espere que eu vá lhe atender com uma calça assim... Da foto... E não considere isso uma coisa ruim...
Afinal... As idéias do espírito jeans é que contam!
(sorrisos...)





Míriam Machado


..

26-06-2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Cabernet





Algumas pessoas perguntam-me:

_"Quando foi que isso começou?"
_"Fez algum curso?"
_ "Por que assim, tantos...?".
É, nem sempre conseguimos nos lembrar, quando é que alguma coisa começa ou termina, instante de experimentos... Que bom por não conseguirmos essa reminiscência! Acredito mesmo ser útil tal impossibilidade.
Eu tenho algumas lembranças.. E posso dizer que resisti por muito tempo e diante de diversas oferendas...
Se meu pai me visse hoje, seria um parceiro e tanto por toda essa degustação. Eu gostaria que estivesse, mas como não, me faz bem saber que herdei um tanto disso, dele. Será que começou aí? Vai saber! Talvez o divã favorecesse tal entendimento...
O que eu penso ser mais relevante é: por que o azul e não o verde? Por que o doce e não o salgado? Por que o verão e não o inverno? E mais além... Por que não o azul, o doce e o verão ? E não, o verde, o salgado e o inverno? São combinações, concluí.
No meu caso, não é só o vinho. Ele nunca vem solitário! Chegou-me depois de tanta história... Os experimentos já haviam passado pelos efeitos bombásticos da vodka, pelo grau da breja, pelo afrouxar da cuba, pelos suáveis mas não sem efeitos coquetéis, pelo estimulante whisky... Mas as combinações com tais variáveis não envolveram-me.
Porque tem um "q"de ritual que para cada um faz um sentido, ou não.. Uma emergência que justifica o efeito... Tem o ambiente que estimula ou esmorece. A reciprocidade dos envolvidos... A subjetividade precedente que vai pedir... Uma trama enfim. Um flagrante que vai dizer de si com todas as suas contingências.
Mas vamos lá... Bem no meu particular... Por que o vinho? Quem já escutou "quer vinho, venha!"? (sorrisos) É bem por aí...
Eu posso sim absorver as combinações da química de qualquer manguaça... Com coletivos diversos.... Por um passado, razões anteriores que eu nem mesma me dê conta. Pelo futuro, suas pretensões ou pela falta dela... Pela combinação que me justifica... Pelo meu frio, pelo meu consequente arranjo ou... Doce desarranjo... Pelo meu desejo endereçado, pela causa e efeito, pela provocação de discursos diversos mas conscientes por si só, ou se for o caso, indicando infinitas continuidades. Pelo vermelho sedutor... Pelo seu corpo... E que venha o incorpado! Pelo conhecimento, desde o momento histórico da vinícula. Pelo desfrute da uva por si só. Seus perfumes e suas minúcias que permitem associações. Pela preparação (pré-para-ação, pré-par-ação)....Veja bem... Já não posso dizer se é singular ou plural...
Sempre no inverno.
Sempre no contexto de produção...
Sempre para celebrar.....
Marcar o início e o processo. Porque marca mesmo, como que um perfume! Eu sempre posso me lembrar que vinho tomei, com quem, em que momento. É uma outra referência, que não cabe chegar a um bar qualquer, em uma situação qualquer, na companhia qualquer e se dirigindo ao garçon: _Desce um vinho, aí!
Todo mundo bebe com todo mundo... Mas quem toma vinho, não o faz com todo mundo, apenas por fazer. É preciso o desejo de experimentar com determinada pessoa (s).
O convite tem que existir!
Pelo convite....
Tudo que ele possa significar.
Tem que existir...
Talvez bem se diga assim...Pela existência!
Nada de curso.... Mas percursos... Esses que são do experimento real, concreto, do movimento. Por que tantos? (sorrisos) Porque eu tenho sorte. Eu tenho sorte de conhecer quem me provoque o apetite de fazer essa troca. Porque o vinho é para trocar.... Mesmo que sozinho... (sorrisos) O vinho vai... Independente. Mas quanto a mim? Gosto de experimentá-lo com pessoas... E estas que me provocam sempre estão por aí, aparecendo no meu caminho.
O vinho também tem uma questão com a diversidade. Eu gosto disso.... A cada encomenda, uma nova proposta, nunca o mesmo! E a cada taça, a história já não será a mesma...
Repetir, repetir, repetir.... É um pecado!
Eu nunca sei o que vou sentir com a próxima garrafa.... Mas eu tenho coragem. Talvez... Seja isso também... O novo... Eu sempre desejo experimentar todo este...
A dimensão do vinho não é beber.
É acontecer!
Quando veres a imagem que eu gravo, não pense qualquer coisa do tipo "ela está bebendo".
Não.
Mas fique a vontade para pensar ou dizer:
_Ela está acontecendo!

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Míriam Machado


24-06-2009


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terça-feira, 23 de junho de 2009

Fotografia.

Para quem gosta de fotografia...

Mais um dos meus achados..

http://acquine.alipr.com/

Se trata de um site que você posta sua foto e o próprio "Acquine"vai dar uma nota para sua imagem...

Brincar sempre é bom...

Beijocas!

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Micheladas...

Desmaio as 23:00hs.
02:00hs. Luz aos olhos. Estou acordando! Lembranças das últimas horas me chegam... E tudo que consigo pensar é nos próximos dias.. Ansiedade... Como é possível o estado psíquico mudar tanto de uma hora para a outra?
Levanto-me. Um copo de água. De volta as mantas, edredons e aos três travesseiros. Não consigo voltar a dormir..Não posso acreditar! Ah, não! Vou virar-me para o outro lado... Vai dar certo! Vem soninho, vem soninho!
Nada!
02:30hs. Ainda no embalo da noite... Mas agora? Nada de dormir....
03:10hs... Levanto-me. Mais dois copos de água.
Me chegam os risos e conversas... E conto os dias...
04:00hs. Levanto-me. Vai um pedaço de pizza que estava na geladeira. Nem gosto de pizza de salaminho, melhor, não gosto de pizza com carne! Mas a inquietação é tamanha que nem poude conter-me. Pizza com água. Sim é a ressaca!
4:50hs. Apelo. Vou para o computador, depois de mais dois copos de água gelada!
Revejo coisas... Brinco com as letras, vejo desenhos e me apego aos sorrisos... Deito-me logo depois de tomar um novo copo d'água. Veja bem! A tanto tempo isso não me acontece! Sei controlar o meu sono. Mas certamente, as micheladas não desejam cooperar comigo.
5:30hs.... Sinto a luz chegando.
06:00hs. Tudo apagou-se novamente. Mas meu corpo está sobre o efeito de toda aquela cerveja, sal, suco de limão e gelo... Enfim.. Consigo dormir.
Mas é um sono tão leve, tão ligado no dia que chega...
E a ansiedade me grita!


MMO - 22-06-2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Trezentas diversas e sortidas.



Terça-feira... Semana começando...
Chamo meu amigo para fazer-me companhia para comer qualquer coisa no Bolão.. "Preciso relaxar" , digo a ele. Sáio de minha aula mais cedo, hoje eu realmente não estava a fim. Sabe aqueles dias que você vai se empurrando para um determinado lugar? Foi hoje! A aula na terça não é razoável.
Meu amigo, Schmitt ... - sorrisos - Parceiro! Meu companheiro para as horas boas? Sim! Sempre! Mas e para as horas ruins? Muito mais que sempre!
Lá vamos nós.. Cada um com seu desabafo. Eu como já havia adiantado... Angústia... "Aquelas coisas".. (adoro essa frase de duas palavras, que todo mundo pensa a respeito, acha que entende, até tem uma noção, mas não distingue a dimensão da gravidade...)
Mas está valendo! A intenção é o que conta! Estamos todos aí... Para o que der e vier... E como eu já bem digo para quem queira ouvir, Dedé Schmitt é desses... E eu, como até cheguei a dizer-lhe ainda essa noite.... Ele nem tem nome mais... O chamo por Amigo e ele já sabe que é com ele!
Antes do encontro, ainda ao telefone, ele diz: "Eu te acompanho! Não bebo e não como carne, você sabe...
(sorrisos meus) Esse é o meu amigo... Vegetariano, experimentando uma vida mais saudável... Nada de álcool também.. Mas quem disse que eu preciso de alguém que coma carne ou beba para me fazer bem?
Enfim... Peço minha Brahma... Em seguida, minha mussarela... Saindo do meu equilíbrio da dieta.. ( Ok! Eu sei que não preciso, mas quero manter, posso? E hoje vou abrir a exceção...) Ah, sim! Nesse queijinho ele me acompanha!
Contamos da vida.. Detalhes... Dizemos das mudanças necessárias... Decisões difíceis de tomar... Abrir mãos de histórias não é para qualquer um... É preciso ter coragem! Mas para pessoas grandes, coragem não falta! O que não quer dizer que não seja sofrido, duro... Mas estamos na vida para viver! Quase sempre precisa-se perder algo para se conquistar uma outra experiência...
Falamos de vida profissional o que acarreta um tudo... Tudo de moradia, tudo de vida social, tudo de vida amorosa, tudo de desejo, tudo de libido... Tudo! Ai, meu Deus! Precisa-se mesmo fechar todas as portas e começar de novo?
Estamos os dois em momentos cruciais.. Quem não está?
Se não hoje, converso dias diversos com amigos sortidos... Cada um com sua questão... Há aqueles que estão satisfeitos financeiramente com o retorno financeiro no trabalho que têm... Gastam horrores... Vivem de tudo! Futuro garantido... Poupança crescendo... Mas e a satisfação da criação? Han? O que? Quem perguntou o quê? Onde estou? Quem? Quando? Onde?
Hummm... Que coisa... "A vida como ela é", não é mesmo Nelson Rodrigues?
Mas aí, vamos pensar nestes que fazem o que gostam... Fazem quando? Fazem quanto?
Quando dá e ponto! Sim! Quando é possível... Porque a experiência de se viver o que se deseja no sentido mais intenso da palavra também não acontece a toda hora... Ok... Se vive uma hora aqui, outra ali, mas sem salário... Vixe! Cadê o retorno financeiro? Poxa... Vive-se o prazer da libido e ainda deseja-se salário? Não estás querendo demais? Isso é para rir ou para chorar?
Então... "A vida como ela é" de novo...
Falamos sobre isso...Escolhas.. Valer o desejo ou apelar para a segurança? "Aquelas coisas", mais uma vez a tal frase... Caraca! Quem foi que pensou nessa frase que diz tudo sem dizer nada e fecha realmente a questão? Todo mundo entende!
Lá vamos nós... Filosofamos...
Eu: "No princípio temos que investir na gente... Daí aspira-se o retorno financeiro considerável... Para investir na gente de novo..."
Amigo: "Com a aposentadoria... Já na velhice, se a gente chegar até lá, tomando remédio... A gente gasta tudo"...
Outra cerveja... E o Dé? Outra água... Ah, sim! Eu peço um chocolate "Talento"... Tá lento... Oh, vida! Acelera!!!
Já vivemos tanto... (Pensamos em voz alta...) Já fizemos isso.. Fizemos aquilo... Estudamos... Investimos naquilo outro... E o tempo... Quanto temos? E o dinheiro? Não temos... Putz.. Então fu....!
Mas hei que aparece uma terceira opção! Opção mesmo? (sorrisos) Calma! Me deixa contar!
Uma criança linda... Devia ter uns seis anos...Uma criança branquinha, bochechas rosadinhas, de cabelos lisos, sorridente, parecia estar brincando com um cacho de pulseiras na mão.. Dessas de linha sabe? Hippie, podemos assim dizer... Vem chegando a mesa, perguntando se queremos uma pulseirinha...
Eu não resisti aquela doçura... Pedi que se aproximasse... Pergunto seu nome.
_Lucas.
Pergunto onde está a mãe dele...
(Lucas): _ Ali com minhas duas irmãzinhas gêmeas.
(Eu): _Dois irmãozinhos...
Mal termino a frase, ele me corrige: _ Irmãzinhas!
(sorrisos meus)
Eu e Dé conferimos a informação... Carrinhos de bebê bem atrás de mim... A mãe de ótima aparência sentada no muro baixo de uma casa. Nem estava observando o Lucas... Bom... Eu penso que deveria estar... Mas isso já é papo para outra crônica...
Resolvo comprar a pulseirinha de R$3,00. Lucas, lindo, foi quem escolheu para mim.. Me perguntava:
_Você gosta de rosinha?
_Hummm... Rosinha, rosinha, não... (sorrisos meus _ para variar, porque estou sempre sorrindo)
Chegamos a um acordo, Lucas eliminou a rosinha , mas escolheu a segunda opção entre 300 pulseirinhas de forma bem pontual. Foi até sua mãe para soltar a mesma dentre todas as outras... Retornou até nossa mesa saltitando com o bolo de pulseiras na mão como se estivesse brincando... Certamente essa experiência de passar entre as mesmas com todas aquelas linhas e cores nas mãos fosse realmente uma brincadeira para ele.
Fiquei com a pulseirinha nas mãos e com a real noção do que é a vida profissional e a vida do desejo. Pulseira, pulso, batimentos, vida....
Uma escolha entre 300 combinações que um sujeito possa fazer.
Você pode passar uma vida, sua única vida, dedicando-se ao conforto e por isso mesmo, sem fazer o que realmente gostaria...
Você pode dedicar-se uma vida a fazer o que gosta, mas com sua vida financeira bem precária, sem poder fazer o tanto que gostaria...
Você pode dedicar-se em sua vida, sua única vida, abrindo mão de confortos, abrindo mão do que do que gosta, e fazer o que dá para ser feito.. Essa terceira é a alienação completa!
Talvez entre uma escolha e outra seja possível tentar um equilíbrio... Também conheço um montante que conseguiu... No que fazem a diferença?
A consciência do tanto que se torna necessário o equilíbrio entre as mesmas, também, talvez dure uma vida... E muito provavelmente não teremos ela inteira para escolher e uma outra inteira para viver de acordo com a escolha feita... O único tempo para a experiência é agora. O mínimo que se possa esperar é que se consiga estar, mesmo que angustiado, capengando entre o desejo, o conforto e o nada, construir uma experiência digna. Em outras palavras... Talvez se possa viver intensamente de forma bem simples mas gloriosa, ainda entre momentos vazios, ninguém tem a ilusão da ausência destes. Mas com um tanto de amor ao que se faz e um conforto sem excessos... E que diante de perguntas como Lucas me fez:
_ "Você gosta de rosinha?"
_ Rosinha, rosinha, não... Mas alguma cor menos sonhadora e mais real eu gosto e posso...



Míriam Machado.
16-06-2009

domingo, 14 de junho de 2009

Ser lembrada não tem preço.

Lived In Bars
Cat Power

We've lived in bars
And danced on tables
Hotel trains and ships that said
We swim with sharks
And fly with aeroplanes in the air
Send in the trumpets
The marching wheelchairs
Open the blankets and give them some air
Swords and arches bones and cement
The light and the dark of the innocent of men
We know your house so very well
And we will wake you once we've walked up
All your stairs
There's nothing like living in a bottle
And nothing like ending it all for the world
We're so glad you will come back
Every living lion will lay in your lapThe kid has a homecoming the champion the horse
Who's going to play drums, guitar or organ with chorus
As far as we've walked from both of ends of the sandNever have we caught a glimpse of this man
We know your house so very well
And we will bust down your door if you're not there
We've lived in barsAnd danced on tables
Hotel trains and ships that sail
We swim with sharks
And fly with aeroplanes out of here








Amarula, lindo!!!!!!!
Esse presente de super bom gosto tem tudo a ver comigo!
Da letra até os detalhes do vídeo... Enfim...
Lembrança de quem já me conhece, né....
Adorei mesmo, você sabe!
- sorrisos-
Beijoca!



..

..

Ma vie en liberté

Tais letras...
Uma história.








Então... Estou por aí tentando iniciar uma relação com a imagem... De uma maneira diferente quero dizer, porque de outras maneiras, essa relação já existia...
Pri, obrigada por permitir-me divulgar a foto!
Você realmente foi uma modelo belíssima!



..

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Tudo que me cobre.






Inverno.
Eu nasci nele.
Este que realmente toca toda a minha constituição.
No corpo.
Sua corrente me contorna e me obriga a elegância de seu tempo.
Todos os meus cachecóis me abrigam.
Seu vento me racha a pele... Desejas marcar os meus traços, me atravessar a superfície até os ossos. Não tem dó de mim!
Na mente.
Me desorienta, me inquieta.
Uma provocação sem fim!
Mas ainda assim não me impede os rituais. Evoco os simbólicos, as metáforas...
Arranco dos armários, todos os lenços e xales que me socorrem e seduzem tudo aquilo que você possa tentar inibir.
Echarpes me compõem, me protegem e vingam-me cheia de performances.
Nada mais charmoso...
Estação branca, reservada com seus ares inquietos lhe retruco com antônimos..
E abraçando sua causa lhe supero...
Supero até a mim.
Com as cores de seu tempo..
Com os linhos que de ti correm e me cobrem as curvas.
No espírito.
Aclamo as videiras que me permitam teus sucos e me aqueçem a alma...
Intimidante, mas não pra mim!
Árido... Supero-te com os meus sorrisos e criações.
Porque foi isso que tirei de ti... As superações...
Volta-me todos os anos... Lembrando que de ti vim.
Mas mostro-lhe que já nem sou a mesma...
Cresci.
Terás que seres persistente para contornar-me até gelar-me...
Porque minhas meias e luvas abrigam-me...
A minha cor, meus chás ruborizam outra vez..
E por mais que sejas insensível, frio...
Meus chocolates adoçarão as minhas idéias.
E por mais que dóa em mim.
Eu ainda posso suceder a ti...
Desfilando assim...

Míriam Machado
12-06-2009













sábado, 6 de junho de 2009

Espelhos planos...

.
.
A fotografia diz.
Evidencia o encoberto, o oculto... Denuncia o disfarçado, o subentendido.. Presenteia com o implícito...
Nossa... Isso é uma delícia? -sorrisos-
Apresentando, representando os ângulos.... Quase que uma matemática...
Somando, somando....
Só amando, só amando...
Ela conta mais do que a deliniação. Personifica seus olhares. Não os meus, mas os seus....
Ela registra a história toda como testemunha. Ela estava lá! Detalhista sem perdão! Rigorosa na atemporalidade, ela ultrapassa os ponteiros. E esmiuça suas histórias....
Aquelas que talvez você queira mesmo levar contigo...
Ou queira e não possa...
Ou não queira mesmo, mas vai.
Veja bem! Que ironia...
Aqueles nossos apreços que fotografamos...
Aqueles que poderíamos mirá-los através da lente por uma vida... Sabe? Aqueles que você não cansa de olhar?
Sabe-se lá o quê! "Cada um com seu cada um": já dizia-me alguém em algum momento em minha vida...
Mas talvez você possa se lembrar...
De alguma estima......
Qualquer que seja! Aquela que você de longe se envolve como que por encantamento e deseja congelar seu suspiro... O suspiro do objeto...
E esse tal objeto depois de fotografado vai começar a partir de então, contar algo que não através de sua palavra. Vai falar por si mesmo.
E seus verbos, fotógrafo! Agora nada dirão! Sua palavra por mais que descreva, não irá dizer ainda um tanto dela.
Porque ela, a imagem, vai dizer através de uma outra esfera. Uma outra luz, um outro foco, outro enquadramento. Esse desenho que sulgou o seu desejo.
Sim, porque a escolha de seu flash vai para onde está todo seu gozo.... E disso nada se pode negar!
Talvez então... Diante dessa imagem que não mais lhe pertence internamente.... Porque agora ela é outra coisa sem nome! Está fora de ti. Talvez ela lhe escancare por dentro.
E depois disso...
O que se pode fazer?
Chorar uma tragédia ou brindar como que, em uma festa?
As idéias iluminam como flashes...
Me atentam por onde os olhares focam....
E me defronto com proporções... A matemática de novo?
Me deparo com a natureza da investigação, fotografia, apropriação...
O que procura-se destacar?
Uma virtude?
O poder?
O velado?
Uma posição?
O belo?
A paixão?
Um apaziguamento?
O ódio?
A falta?
O escândalo?
Para que se dá o execício de se trazer à tona?
Do que andas se apossando?
E do que não? Isso é possível? – sorrisos – Ah, sim!

Como se não existisse................. Outro dia me dei conta... Conta? Matemática ou descrição?
Um exemplo inverso: uma inclinação no qual eu naturalmente teria fotografado muito...... E coincidentemente, nenhuma imagem dessa, eu gravei.. Nenhuma? Triste... Muito triste!
A minha relação com o retrato evidenciou-me... Foi o meu desnudamento... Declarou que do outro lado do espelho andam os meus investimentos.
Investimentos... Isso seria a matemática mais uma vez?
Todos os meus desejos são retratados. Se não, é porque não há desejo. Quanto menos ou quase nada de linhas e cores: sem história.
Subtraindo, subtraindo... A matemática de novo, veja isso!
Sub... Traindo.. Sub... Traindo... Mas essa última, definitivamente não foi uma delícia!
Fotografia que descreve como espelho.
Fotografia que descreve-me como espelho.
Fotografia que descreve-lhe como espelho.
E ela vaidosa no final...
Rubricou!


Miriam Machado
06-06-2009


*Matemática:
“é a ciência do raciocínio lógico e abstrato. Ela envolve uma permanente procura da verdade. É rigorosa e precisa.”... “a Matemática continua permanentemente a modificar-se e a desenvolver-se.”

( http://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1tica )
.
..

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Decurso.

Proferem a madrugada mais fria do ano...
Cuidados adiantam-se...
Banho estirado....
Quente... Muuuuuuito quente...
Deixam-me as extremidades tomadas de pregas...
Cozinhando minha carne....
Pronta para acompanhar de cebolas, tomates e azeites...
Ensejo para vinhos....
E velas....
E consequências.

Míriam Machado
03-06-2009

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Onde está a Luciana?

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Aqui, ali, todos podem se perguntar por dias e noites... No sul, no norte? Quando? No inverno, verão?
Cartinhas, mensagenzinhas, florzinhas lhe são enviadas a cada tic tac, tic tac, tic tac..
Outro dia alguém na rua perguntou:
_Alguém viu uma mocinha branquinha com cachinhos soltinhos e um narizinho fino, bem fino passar por aqui?
Uma senhora se prontificou a contar de cá... :
_Ela veio aqui... Contou histórias de onde andou, descreveu pessoas, jeitos... Mostrou-me fotografias, se emocionou... Falou das formas, crendices.. Contou de todos os povos que viu e a encantou.. Contou isso mais aquilo... Falou das cores, do ar... Contou dos mares, das montanhas.... Daí eu pisquei... E ela... Zazzzzzzz! Sumiu!
Um rapaz de lá, chegou todo envaidecido acreditando ter um saber mais precioso a respeito dessa criaturinha e se adiantou:
_Essa menina passou por aqui, dançou assim, assim... Sorriu pra mim, bebeu comigo e me deixou... Na praia morri.
Mas um outro sujeito já veio contando feliz:
_Lulu passou aqui...Falamos de histórias antiiiiiiiiigas... Rimos de histórias sem pés. Brincamos... Deixou-me lembranças de um tempo bom e foi-se sem rastros ou datas pra voltar... E pra ela eu cantei:

"Quando a saudade bater......Você não pode negar. O que ficou bem marcado, o que ficou definido longe desse lugar... Lugar que nunca se esquece...Lugar que nunca envelhece...Lugar que tem seu lugar... Quando a saudade vier........ Diga que foi buscar um pedaço do tempo que ficou..."

No embalo da musiquinha e sacodindo, sacodindo, outra amiguinha da "turma da Luluzinha", desabafou:
_Ah, aquela minha amiga... Veio aqui sorrindo doce.... E por todos que passava arrastava amigos com ela por motivos diversos... Fosse por contos, coragem ou aberturas à vida sem fim...
Pessoas, mas que menina corajosa! Vai lá para terra de outras gentes, fala uma língua toda charmosa! Desgarrada, cheinha de idéias todas novas! Ah, essa Avelar.... A ouvi...Feliz por ela, fiquei... Contou-me aqui de suas mazelas... Contou-se sobre tudo que desejavas aprender, de tudo que reviu... Descreveu seus desprendimentos... De coisas que conheceu e desconheceu de si mesma... "Nada de bicos finos e saltos!!!!!", disse ela. -sorrisos- Contou-me de suas idéias futuras.... Sem fim, sem fim....
Ela é assim... Quando você pensa, ela já não é mais... Quando você vê, ela já se foi.... Quando você quer, terás suas lembranças... Quando você se lembra, ela já estará em outro lugar trazendo aos seus novos amigos, questionamentos sobre saberes e certezas, apenas com sua posição diante da vida.. Procurando sem cessar um percurso, um caminho único, com regras próprias e um desejo intenso.
Mas então essa mocinha de calças diferentes (eu quero uma!) preparou-se para despedir... Uma despedida que confesso, já vai me deixando saudade... Mas isso resolvo a cada nova e boa notícia dela!
E quando dei por mim... Abraçada eu já estava sendo... Um abraço que pode até ter demorado algum tempo mas que passou com a velocidade da luz.. E ela... Lá longe já estava..Sem olhar para trás...
Essa é uma parte da Luciana que eu conheço... Uma menininha linda que participa de minha vida a vários anos... Uma pessoa que eu desejo que tenha uma vida cheinha de descobertas sim, mas que volte sempre para me trazer um pouco de si.
Te amo, Lu! Pensamentos cheios de cuidados pra você, minha amiga!
Beijoca!


Míriam Machado
27-05-2009

terça-feira, 26 de maio de 2009

Porte.



Não faça do percurso de seus desejos, algo contra você.
Essa é uma percepção no qual me dou conta todos os dias.
Observo pessoas e as vezes o que vejo nelas acontece também comigo.
Não lembrando-se que o caminho diário das realizações é lento e duro.
O processo de se alcançar qualquer capricho é sempre indelicado...
Ladeiras... Inclinações...
Mas a linha segue...
E a ventura adiante não tem palavra que anuncie.
Terás que se abeirar e...
Apropriar-se.

Míriam Machado

26-05-2009

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A falta que o "açúcar" me faz....

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Tem algo do doce.
Mas tem algo da falta dele.
Ah, nessas alturas...
Detalhes chegam assim....
Ocupando-me...
E não me deixando em paz.

Míriam Machado
25-05-2009

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Por tudo que eu nem queira controlar.

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Báh!
Menina!
Já não tens mais idade para se deixar tomar nos detalhes...
Um perigo, estas minúcias que lhe inquietam.
Finja que não é com você...
Mas o faça com doçura.
Nem é para convencer ninguém.
É só para despistar a ti mesma....
E não aguar-te tanto assim....

Ah, menina!
Já não é tempo de brincar....
Não o faça com coisas sérias...
Ou sérias por não poderem se dar...
Ou se puderem fazer, que o sejam de maneiras sérias...

Que seja então!
A meninice em nada se acovarda.
A levada se faz.
E eu já não sei se ela me amedronta ou...
Me excita.

Míriam Machado
25-05-2009

..
Estava eu hoje assistindo a uma aula no hospital....
E entre uma fala e outra...
Alguém lembrou....: " Onde há resistência há desejo."
Não é tão necessário estar entre estudos psicanalíticos para se dar conta de tal colocação. Mas é certo que diante de tais estudos, sempre vamos nos lembrar que titubiamos diante de alguma coisa. E que frente as mesmas, nós pegamos ávidos de desejos.
E agora me pergunto quantas vezes terei que escrever para tirar de mim todo esse, que mal consigo organizar.
Ou, me pergunto...
Que rumo lá no final, lá longe, essa organização irá tomar?
Esse tempo de assimilações que não cessam antes de qualquer conclusão.
Ou será que concluído está?


Míriam Machado
25-05-2009

A ausência do saber.

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É no mínimo interessante. Não há quem possa negar...
Sempre chega a hora em que a gente entende, já nomeia o que nos move.
Aquele tempo em que já se viveu, se definiu, se reconheceu em um acerto ou desacerto.
Aquela passagem no ponteiro, em que pensa-se que sabe-se muito de muitas coisas.......
Até que o fator surpresa aparece...
E há total inexistência de algo concreto, pensado de antemão que diga a respeito.
Onde há uma percepção solitária das experiências.
Tempo de se refazer...
Procuro nas letras, nas músicas, em imagens, em trocas.
Procuro nos sabores, procuro fora e dentro. Qualquer coisa, qualquer palavra que nomeie e "controle" isso. Isso novo...
Talvez esse seja o meu pecado.... Querer controlar... Temor em me "perder".
Tempo em que a certeza já nada diz.
Apenas um vão muito grande, muito grande...
Onde toda uma reflexão está por começar.
As vezes, é porque tudo está mesmo por começar..
Ou eu gostaria que estivesse. ....

Míriam Machado
25-05-09

Sedenta...

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Sempre se é terrível abafar o caso.
Silenciar alguma coisa.
Manter-ne na sua.
Eu nem creio ser o correto.
Mas creio que as coisas... Essas coisas que vêm e permanecem latentes só devem ser trazidas à tôna se partirem de todos os lados. Ambos os lados...
Mas enquanto isso não acontece, bloqueia-se...
Com pouquíssimas palavras.
Com pouquíssimos gestos.
Pouquíssimas manifestações.
O que a experiência traz com o tempo é isso...
Um tanto de agir na reciprocidade.
Não dando espaços a enganos.
Enquanto isso fica aí...
Cruel. Essa lembrança toda... Esse querer todo...
E diante dessa aspiração, a moderação que não é proporcional ao real.
Real... Desejo...
Ainda assim pode-se torcer para que não se entenda mal o que não esteja sendo manifestado.
Torcer para que não se entenda uma ausência de todos meus pensamentos e vontades....
Porque eles estão vivos.
Fortes e dispostos.
Aqui.
E enquanto isso... Vou indo... Fazer o quê?
Para que eu fui levantar a pergunta?
Fazer o quê???
Perguntas abrem possibilidades...
E eu nem sei por onde...


Míriam Machado
25-05-2009

..

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Quando a vida acontece.

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Ah.... Após os 30...
Quando já se sabe.
Quando já se vive.
Quando já se pode.
Quando já se permite.
Quando o tudo vai.
Quando é só querer.
Quando já se é.

Míriam Machado

21-05-2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

...

Sempre sinto algo muito forte diante de determinadas pessoas..
Não pelas apaixonantes....
Mas pelas apaixonadas...
Diante dessas...
Sou realmente muito fácil!

Míriam Machado
20-05-09

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sexta-feira, 8 de maio de 2009

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(Fotografia Praça do Papa - BH_)
..


O único compromisso que eu tenho na vida...
É com ela mesma.

Míriam Machado
08-05-09




...

domingo, 3 de maio de 2009

Consentindo..

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Mantenho-me em estado de graça quando encontro literaturas que dão base aos meus argumentos...
As científicas dão-me segurança.
As românticas adoçam as palavras que uso ao me justificar.
As fictíceas me encorajam!

Míriam Machado
03.05.09

domingo, 19 de abril de 2009

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Estima deslocada.

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Como pode-se lamentar o que não fora vivido?
Como pode-se pensá-lo se não experenciado?
Nenhum mérito terceiro.
Afetos endereçados.


Míriam Machado
15-04-09

terça-feira, 14 de abril de 2009

Dosoprimir e nada a mais.

Eu preciso de um colo de alguém que não esteja nem aí pra mim.
Um arrimo onde eu possa minhas mazelas abandonar.
E levantar dali com o nada.
E desprender...
Descolar.

14-04-09

Míriam Machado

domingo, 12 de abril de 2009

Partilha.

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A esperiência da vida não é mesmo fácil. Nunca ouvi ninguém dizer que fosse.
Nunca ouvi...
E nessa hora instável eu tenho uma circunferência muito confortável que me recebe e apazigua. Uma atmosfera cheia de histórias, incoerências, desacertos/acertos, vitórias, cheio de processos...
Lugar de movimentos que nem sempre são os meus, mas que comigo são divididos. Ambiente de escutas e dizeres sobre "coisas".. Qualquer coisa! Desatinos, sonhos, real, particular, o inassimilável.
Lugar às vezes... De nada dizer...
Extensão de viver.
Um canto rico.
E eu me considero afoturnada a toda vez que me lembro de que tenho alguns destes círculos para estar.
Com a palavra, presença, a real percepção de acolhimento.
Pode ser em qualquer espaço, mas o lugar... Ah, esse lugar não é qualquer um.
O lugar que posso chamar de meu.
Como a todos presentes, também podem chamar de seus.
Sim... Uma lacuna democrática.
Lugar porque não há quem se sinta deslocado nele. Então é realmente um lugar.
Não dá para saber o que se passará nele.
Mas pode-se ter a certeza de que tal encontro será perfeito com todas as imperfeições.
E já posso dizer. É possível e tem que ser assim.
E o que o torna fidedigno é o ato de experienciá-lo em todas tuas possibilidades.
Mesmo quando algumas delas sejam precárias.
Me refiro ao lugar/presença de se estar entre amigos. Um bate-volta. Toma lá da cá. Não tem erro.
E eu realmente me surpreendo comigo. Felicito-me mesmo por dispôr de uma naturalidade para fazer amizades... Dentre essas, alguns amigos se tornam.
E quando o mundo nos parece cair... Bem inclinado, bem inclinado..
As vezes, escuro... Negrume...
Ensurdecedor... Atordoante.
Eu sei.
Porque o saber é seguro.
Eu sei que posso contar com esse intervalo... Campo de afetos. De alguém ali...
Não importa onde, a forma ou quando... E que não se faz apenas com a presença física, mas com a estima que trata.
Aquele lugar que lhe encostam sem necessariamente ser através do toque corporal. Alguém olhando por você não necessariamente através da presença. Mas um lugar de referência, mesmo que através da lembrança.
E neste âmbito pode-se dizer sobre tudo ou sobre nada.
Um lugar de paz ou de tormentos. Mas vivo.
Seguro por poder contar com ele.
E eu digo isso...
Digo isso porque eu entendo e reentendo a toda hora que me apresentam...
Esse papel de amigo que se apresenta a mim quando a vida dói.
E me acalmam...
Com seus exemplos.
Continuando.... Continuando...
É possível então lembrar-me de que não estamos sós.
E de repente eu posso pensar que o sofrimento é mais frio quando há a sensação/percepção de solidão.
A cada vez que a dor chega grande... E mal dá para levantar e olhar pra frente...
Quando muito confuso... Sem saber onde as coisas começam ou terminam...
Quando muito frágil... Delicado por demais... As vezes impossível de explorar, exteriorizar..
Sempre se é possível renovar as esperanças quando estes amigos desejam por você, quando você mesmo já nem sabe se pode fazê-lo.
Esse é um lugar seguro.
O vão das relações.
Ninguém falou também que este seria simples.... E sem turbulências.
Mas também ninguém negou que contar com ele é uma fortuna.
Impagável.
E o milagre se dá.
Constato. Revejo a vida nos tropeços. Os amigos me proporcionam essa consciência a toda hora. De que toda dor é uma sensação diante do inexplicável naquele momento. E parar nela seria uma resistência a adaptação e transformação.
Então, me trazem a lembrança de que o momento é de preparar-se um tanto mais. Aprender um tanto mais.
E quando a gente consegue, o milagre fecha o círculo. Compartilhar com os mesmos seguido da sensação de plenitude...
Se destaca o grande papel dessa presença que não consigo descrever com outra palavra: amigo.
Lembro-me que nem a dor, nem a alegria intensa alcança sua glória se não temos com quem compartilhá-la.
E essa minha constação se dá a todo encontro meu com esses meus apreços.
A vida não apresentou-me uma outra forma de sentir tamanho desfrute.

Míriam Machado
12-04-09

segunda-feira, 16 de março de 2009

terça-feira, 3 de março de 2009

O quinhao que me concerne.

Quando o finalmente chega sem que eu o desejasse.
Pergunto-me ainda assim.
Que responsabilidade nisso tudo posso atribuir a mim?



01-03-09 -

MMO

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Percurso inverso.

Eu também pensei assim durante muito tempo.
Discursei como toda a maioria que após os anos passados, tornei-me seletiva.
E hoje me dou conta.
Essa seleção anda lado a lado com um novo pre.
Preconceito.
E daí, após uma atenção sem fim, enxerguei pessoas não vivenciando suas relações.
Eliminavam a todos que chegavam porque não "cabiam na forma".
Sem investimento ou valor... As vezes, depreciando.
E entao pude entender a necessidade do inverso.
Me ative a atenção que nós, sujeitos seletivos, não estamos por cima da carne seca, não somos os melhores. E como falam por aí, não somos "a última coca-cola do deserto".
Conclui. Nada justifica nos posicionarmos como se estivéssemos em um pedestal no montante de uma seleção:
_Este serve.
_Este não.
_Aquele ali? Vamos reavaliar.
Tive a oportunidade de observar raros sujeitos que em uma postura ímpar, sólida livre de julgamentos ou rótulos recebiam os que chegavam sem esperar nada deles. Porque essa idéia de esperar, ansiar, acreditar na "alma gemea" é acima de tudo, uma grande "bandeja", veja bem!
Se na posição de sujeitos seletivos, os mesmos ficam esperando algo dos outros...Esperando mais que tudo, que o outro dê!
Desde então alcanço e talvez, você que lê este, também o possa.
Que sujeito é esse, que tão senhor de si, de suas qualidades ímpares, de seu valor, independente, ainda espera? Ansioso e carente que alguém apareça de repente, com tudo aquilo que ele crê ser o melhor para ele?
Sem qualquer implicação, como se não dependesse dele igualmente, a possibilidade de prover o adequado.
Não sei se posso apenas nomear de inocência, a perspectiva do que recebe o nome de "seleção".
A perspectiva que garantiria o prêmio: a relação certeira.
Constato a natureza humana. Transitória, efêmera, temporal, fugaz, ligeira.
E alicerço a questão.
Como se pode afiançar de que o "eu" próprio ou do outro, estará sempre lá nessa exatidão presente?
Relate-me agora.
De onde foi que saiu essa certeza?
Colocaria você, suas mãos ao fogo por aquele que você destacou como o escolhido?
Prevê você que antecipando-se de favoritismos por um ou outro, terás a garantia da satisfação idealizada, levando em consideração as sucessões de um futuro próximo?-Sorrisos-É claro que não.
Ajusto o real. Tudo parte do agora com o que se tem.
A possibilidade de receber o diverso de braços abertos é grandiosa e surpresa.
Variavelmente desencadeiam-se perplexidades, hesitações, sobressaltos, comoções......
Mas sobretudo torna possíveis as relacões, sem pretensões ou crenças de que sejam para sempre, mas que no mínimo, sejam reais e respeitosas.
Um êxtase na identificação e uma oportunidade de aprendizagem no original.
Não estou a dizer que esse original seja suave. Ele pode ser bem cruel.... Mas sem ele, cruel e solitário.
Tudo que distinguo nesse tempo é que as pessoas se sentem ameaçadas demais quando vão de encontro com o desconhecido, com o incógnito, com a dessemelhança. Consequência: vedado, interdito.
E já não sei se posso dizer se o medo fora antecipado ou avizinha-se agora .
Como se tais sinônimos despertados pelo outro que chega, obrigassem aos sujeitos a abrir mão dos seus próprios.

26-02-2009 .
Miriam Machado

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Camaleoa.


Adaptar-se frente as variáveis ...
Estou mudando de cor agora...
E já nem sei quantas vezes isso me aconteceu.
Não imagino que tonalidade irá me contornar.....
Mas eu sei que ela será viva!


Míriam Machado - 19-02-2009

O quanto eu não posso. 07-02-2009

Eu posso pagar sua comida, por tua roupa, por suas fantasias.
Pelo teu remédio, tua dor.
Posso pagar pelo teu prazer...E até desejo!
Pago mesmo pelas tuas noites e pela luz que chega.
Pela sua diferença.
Pago pela curiosidade.
Pelo teu rítmo... Pelo som... Pelos rituais.
Pela tua falta.
Posso pagar pela experiência..
Não vem ao caso, a forma que tudo isso se dê.

Mas o preço de fingir que tudo isso não é com você, isso eu não posso pagar.

Míriam Machado _________ 07-02-2009

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O mínimo que eu possa suportar.


Por favor!
Se aproximem de mim meus amigos com a verdade.
Aquela escandalosa que a muitos assusta.
Por favor!
Agora, eu preciso!
Manter a certeza de que mesmo a verdade doída, vale mais a pena do que, o que andam fazendo dela...
Por favor, amigos que escolhi... O fiz por essa dimensão que têm comigo.
Logo, não me deixem faltar a certeza de que a verdade existe.
E que ela se faz aos meus próximos.
Assim lembrando-me, que nem todos que se aproximam de mim são iguais.
Que há mesmo a verdade feia, seca e má.
E ainda assim, ela só é possível para "pessoas grandes".
Ao menos o que eu posso suportar, a verdade que corta, que distingui.
Porque a partir dela tudo ainda é possível.
Enquanto que na falta dela, relação não há.


Míriam Machado
15-02-2009

sábado, 14 de fevereiro de 2009

..

Das possibilidades que tive de aprender com dores, cores, movimentos e cheiros... O que pude apreender:

Que não é o que há em comum entre duas pessoas que vai necessariamente permitir o amor entre elas. Que diferenças imensas podem se dar e ainda assim é possível vivenciar um experiência única. 09-2007
A toda minúcia que eu venha viver, só posso fazê-lo com paixão. 12-07

Que aquelas pessoas que nos transmitem paz são de fato, belas companhias, mas que definitivamente isso não é sinônimo de possibilidades de amor com paixão. Que se pode sim, passar uma vida com elas, mas a possibilidade de desejo e referência de homem/mulher não está na paz e em uma vida tranqüila e segura. 08/2008
Trabalhar_A exaustão do meu corpo me permite a esperança. - 08/2008

Que as pessoas são solitárias.. E qualquer forma de tentar concretizar modelos de uma união, exemplos de cultura é ir contra essa natureza. (Escrita em 15/10/2008, minha consciência dessa escrita se deu, quando eu nem me entendia por gente).

Que as dificuldades experimentadas nas relações me ensinaram sempre muito mais sobre mim do que do outro. 15-10-2008
Que minhas dores vivenciadas nas relações sempre me chegaram como presentes. Primeiro porque falavam-me/lembravam-me de uma intensidade que me permitiu viver. Segundo porque sua possibilidade chamava atenção para algo que poderia ser tratado em mim. Terceiro, que me trazendo esse saber, me permitia uma força maior. 15-10-08
Que depois de algum tempo... Olhar para trás só nos traz certeza... E a graça da consciência do bem que fez. Uma vida feliz.10-2008

Que tem gente que “inspira” a diversos “movimentos”. E tem gente que não mesmo.... 10-2008

Aprendi que o que as pessoas entendem de uma "relação que deu certo" não passa de um cruel engano. O que dá certo nada tem a ver com o tempo. Um relacionamento pode dar certo com poucos anos, meses ou.... Três semanas.
E aqueles relacionamentos que vemos durar quase uma vida, não necessariamente significa uma relação certeza. Talvez o tempo em que as possibilidades enriquecedoras dentro destas, tenham se dado por momentos simbólicos nessa história toda.
01/02/2009

Aprendi que sempre no início... Já dá para saber do final.12-02-09

Todo final é um novo começo. Quando eu volto pra mim, tudo é possível felizmente e finalmente! 16-02-2009

Sei que me torno uma pessoa melhor, que me torno mais amadurecida a cada vez que consigo me livrar de ideais. 19-02-2009
Fui extremamente presenteada por Deus, qdo Ele permitiu-me experienciar a vida! 20-02-09

Ocupada de mim. (20/09/08)

Porque todo dia é preciso se apropriar um tanto mais. 30/09/08
Porque não me atenho a rimas. 15-10-08
Escutando a corda arranhar. 16-10-08
É gloriosa a possibilidade de poder dizer um tanto, resolver algo que não tenha ficado claro, depois de anos... E refazer tudo de uma nova maneira. 26-02-09

Eu tenho consciência de que me tornarei uma pessoa melhor, quando não mais me surpreender com coisas, vivências, ou pessoa alguma. Uma evidência de que o real em minha lógica, estará a cima de qualquer conceito concreto, que eu tenha configurado em minha vida. 26-02-09
Um sinalizador se a relação que chegou ao fim foi enriquecedora.
Se está melhor psiquicamente e emocionalmente no após ou no durante. 26-02-2009

Eu acredito na conversa. E percebendo-se que nem tudo fora dito nela, acredito em quantas forem necessárias.
Isso... Por que alcanço na intenção das mesmas, o tudo que se explica.Constato: o que faz a diferenca, é o fato de haver ou não o desejo de continuar.
01-03-09

Miriam Machado

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Meu encontro com 2009 - 05-01-09

Minutos marcam a caminhada até a areia...
Pessoas de todas origens e vivências caminhando nas ruas para assistir aquela luz no céu que tirava gritos de toda gente, a emoção sem fim de dentro de cada um.
Cantavam a mesma música "Adeus ano velho, feliz ano novo... Que tudo se realize no ano que vai nascer..."Mãos dadas, abraços, brindes... Pessoas esperançosas, com sorrisos nos rostos...
Lembranças e sonhos caminhavam com elas lado a lado.
Todos desenvolvendo um percurso com uma crença em comum: que no amanhã, o novo írá chegar, naquilo que adormecemos desejando.
Meus pensamentos otimistas passavam por todos "lugares": familiares, no futuro profissional, nas construções sociais, a possibilidade de manter uma liberdade, no desejo...
Enfim, na real razão e chance de experienciar o ato de viver.
E a minha alma ali...
Com dois milhões de pessoas, almas numerosas..
Eu estava em paz...
Confesso: o meu coração ficou emocionado.
Bem sabe-se que após qualquer experiência já não se é mais o mesmo... E a todo momento como este, eu já não sou....
E me alegro a toda nova Míriam que chega.
Agora com 2009.
Míriam Machado...(05 de Janeiro de 2009)

Interno - 07/07/2008

Calce pantufas e tome chocolate quente.... Faça isso de pijamas e meias, bem esparramado em suas almofadas... Tapetes.... Lençóis...
Chame alguém para fazer o mesmo com você!
Tome champagne deitado ao chão.
Faça amor durante o dia.
Pegue o lápis e desenhe.
Rabisque qualquer coisa. Permita-se.
Escreva.
Sem rima. Sem pensar.
Conte o que sente, sem pé nem cabeça. Sem lógica. Viva...
Fotografe.
O nada, o tudo.
Quem você não conhece, o que ninguém nem vê. Arrisque!
Dance... Sem forma, sem ninguém, sem hora, sem razão. Se jogue.
Faça um prato delicioso para você mesmo. Acenda velas, coloque uma música ambiente. Comemore o seu dia independente de como ele foi.
Comemore você!
Sem pretensões, olhe para as pessoas. Observe o sorriso delas, o olhar, o tom. E sorria para elas nesse final.
Seja festeiro nos abraços. Destaque os detalhes, reforce a simplicidade, incentive o que é natural.
Elogie.
Ocupe seu tempo.
Dê uma volta com o seu cão, escute uma música, pegue um filme na locadora, faça um cappuccino, plante um bonsai, escreva para alguém, arrume uma gaveta, pinte um terço de um quadro, conte uma história que lhe é engraçada, ria de si mesmo, tome um banho demorado. Planeje sua vida, ocupe sua mente, seja perseverante e complete essa combinação com atitude!
Tenha consideração, seja grato.
Convide alguém para fazer arte contigo, mesmo que essa pessoa nunca tenha experimentado. Se você nunca fez, se convide para fazer com alguém que saiba.... Ou que nem saiba! Imagine o quanto isso pode ser interessante!
Concentre-se na disposição. Concentre-se no dispor de ação.
Faça amigos... Se apresente! Anote os contatos. Convide-os para uma reunião em sua casa!
Aproxima-se das pessoas que têm mais idade que você, que tem menos, de outro sexo. Fale com pessoas que gostam de coisas diferentes de você, que pensam diferente de você.
Vá ver aquela pessoa que a muito você não tem notícias!
Compre uma fruta e dê de presente!
Faça um doce e leve para alguém.
Coma brigadeiros de colher e se perdoe por comer mais no inverno.
Não se ocupe de tentar evitar sua dor. Se concentre no que está causando toda ela. E se apodere do que descobrir.
Escute seus "brancos".
Faça detalhes acontecer, independente de companhia, independente do tempo, independente de dinheiro. Faça agora o que lhe é possível. Não espere, não adie, não desanime.
Vá a pé, vá consigo mesmo, vá cansado, mas vá. Vá agora!
Quando ouvir alguém gargalhar, se aproxime..... Aguarde.... Seu coração vai se alegrar e logo, logo, você vai começar a rir também.
Brinque com uma criança, do que ela quiser brincar. Escute a imaginação dela... E aprenda!
Quando não quiser alguma coisa, diga não.
Ocupe seu tempo e mostre seu caráter com sua verdade. E para isso, tenha coragem.
Diga que ama a quem você ama. Diga sempre!
Beije seus pais... Seus irmãos... Por que não, se é tão comum beijarmos os amigos, namorados, etc?
Aceite os convites inesperados. Aqueles que a princípio você tem preguiça de ir . Estes são os melhores!
Não existe verdade na mediocridade. Não existe meio amor, meia amizade, meia vida, meio tempo. Não existe meio. Se você se envolve "meio" na vida, o retorno que você vai ter disso é "meio" também. E como no "meio" não há o que se considerar, o que você acredita ser uma verdade, não passa de sua imaginação acomodada.
Vá além disso!
Então... Tudo isso para dizer que é possível ocupar o tempo com detalhes simples, que você escolher, que você se identificar e ter seus dias mais bonitos, mais intensos, mais felizes. Tudo isso para dizer que se experimentar viver todos os teus papéis, de sujeito, de homem/mulher, de mãe/pai ou de filha/filho, de amigo/a...
Desenvolver o papel de profissional, de artista, de amante. Conseguir obter uma vida social ou se permitir fazer nada, numa preguiça gostosa quando seu corpo pedir. Ou mesmo conseguir/se permitir passar por alguns segundos de anonimato sem pensar em nada, apenas com você mesmo/a, sim.... Sua vida vai certamente acontecer com propriedade. Propriedade dos teus desejos.
Logo... Se ocupe de desejos belos.


Miriam Machado - 07/07/2008

Se hoje eu fosse lhe dizer (Texto reescrito em 04 de Fevereiro de 2009)

Diria para estar presente como um presente, para que todos tenham o desejo de desembrulhar.
Eu diria a você que se necessário lhe fosse objetivar, o fizesse com uma balinha, quem sabe uma Chita?
Sim. Bem simples assim.
Eu diria a você, que chegasse ao outro nas horas inesperadas, como algo preparado, escolhido e cheio de atenção.
Sim, eu diria a você, para segurar em suas mãos, não deixasse se perder , porque toda perda é sofrida quando não se trata de uma escolha...
Eu diria para comemorar suas relações todos os dias, de uma maneira simples, com um “uhuuuuu” que fosse..
Diria para perguntar como o outro está, sem necessariamente precisar saber da vida dele e definitivamente não ser invasivo. O outro lhe contará de sua própria vida quando desejar. Não serão necessários questionamentos fora de contexto.
Perguntar como o outro está, apenas para seu próximo sentir que você se importa. Esse é um carinho rico.
Se eu fosse lhe dizer, diria para deixar os rótulos para aqueles que não se sustentam sem um. Diria a você que podes ir além dos mesmos. Que és capaz, mesmo sem conhecimentos científicos, sem bases teóricas, aprofundar-se em cada experiência, em cada vivência, lembrando que cada uma é uma, e poderás ouvir a cada pessoa com a sua singularidade.
Diria para não julgar as experiências de teu próximo com base no seu sexo, em sua idade, atitude, dor ou erro.
Diria para lembrar-se que as pessoas não são partes. Diria para olhar para elas como um todo, inteiras.
Sempre se é possível escutar mais e tentar compreender a idéia de seu companheiro. Se nada compreender ou concordar, é bacana a possibilidade de expôr sua percepção, se você for consultado. Ainda assim, aceitando que ele siga seu próprio percurso.
Se eu fosse lhe dizer...
Lhe lembraria que o fato de alguém desabafar com você, não quer dizer que ele esteja querendo saber o que você pensa, ou que ele deposite em você, a decisão de seus novos atos.
Eu diria para oferecer seu tempo e sorrir sempre, mas oferecer-se exatamente na hora que tudo for mais difícil para o outro.
Eu diria para ser sincero. E quando em algum momento, se envergonhasse dos teus sentimentos, ainda assim, dissesse a respeito com toda a consideração que o outro merece. Mas jamais se escondesse nas falas, para que o outro não percebesse em teus esconderijos que não estás sendo tão verdadeiro. A não verdade pode machucar mais do que ela própria e dita. E nesse lugar tudo pode se perder sem estrada para voltar.
Eu diria para você dizer a verdade.
Contar sobre suas limitações e não fingir não tê-las.
Se eu pudesse fazer-lhe escutar.
Eu diria para que fosse companheiro, parceiro. Simplesmente diria para ser ouvinte, sem se colocar no lugar de quem sabe o que é melhor para o outro. Você não sabe. Talvez, muitas vezes, pode perceber o que faz mal ao teu próximo, mas não sabe o que é melhor para ele. Lembre-se que muitas vezes, não sabe nem o que é melhor para você! E esse percurso de descoberta é duro... E solitário.
Diria para não aconselhar e apenas procurar entender o que o outro diz, porque o que o outro diz, pode e muito provavelmente não fará sentido para você. Mas ainda assim, você pode escutar e entender que é apenas a forma no qual ele se entende naquele momento, o desenho no qual, ele se percebe.
Diria para ter cuidado com as opiniões. As dê, quando lhe forem pedidas, lembrando simplesmente que sua experiência não é a verdade do mundo e que a experiência do outro deve ser respeitada, logo, seja neutro, seja compreensivo e equilibrado. Se acreditar não conseguir isso, se permita ficar em silêncio, usando de sabedoria por dizer que também não tem um saber que talvez pudesse ajudar.
Diria para escutar sem temer.
Quando o outro fala dele, não está tirando nada de você.
Ele não está lhe impondo nada. Apenas escute.
Tome um distanciamento.
E durante todo o tempo, olhe para ele. E diga-lhe que ele não está sozinho nesse mundo que ele crê estar só e que você estará sempre ali para que ele se lembre disso.
Diria a você que não é preciso mais do que isso. A vida passa e quanto dela você perdeu simplesmente porque não soube ouvir? Não se deu conta de que não era necessário contextos afortunados ou festas demais.
Eu diria a você sobre ser educado. Não tomasse para si o que não te pertence. A vida do outro, é do outro. Não queira vivê-la como se fosse tua.
Diria para ser confiável. Que não distribuísse as falas que lhe foram ditas, desabafo sofrido em tom de confissão e para todos a tua volta, espalhasse tais dores, para se fazer diferente daquilo, que possivelmente você não conseguiu assimilar.
Diria sobre ser grato. Grato a um telefonema, a um sorriso, a uma frase, a um gesto simbólico que seja.
Fosse grato ao tempo que esse seu amigo lhe oferece, seja ele curto ou não. Eu diria para ser grato a todos os momentos que é lembrado, chamado ou convidado por ele.
Diria que não necessariamente precise dizer a ele que reconhece, mas que se posicione de tal maneira.
Diria que jamais, jamais desfizesse do pouco ou muito que ele lhe dá.
Se hoje eu fosse lhe dizer, diria para se posicionar diante da lealdade do outro.
Diante da verdade do outro, que às vezes você mal consegue suportar.
Se eu fosse lhe dizer, lhe lembraria, que muitos podem lhe chamar para a farra, mas poucos, poucos mesmo, irão oferecer sua casa, sua comida, sua companhia para enriquecer o seu dia.
Eu diria a você, que se por algum momento seu amigo não lhe compreendesse e cometesse algum engano, você pudesse pensar sobre o valor dele e falar a respeito.
Falar com ele, claro! E não dele, claro também!
Se eu fosse lhe dizer, lhe daria algumas dicas, que o que lhe incomoda no outro, se fizer presente em ti de forma permanente em formato de sentimentos angustiantes, discursos rancorosos... Nem tanto mais faz juízo ao outro, mas a você.
Diria para se perguntar o porquê que de repente, encontra-se tentando assimilar a atitude, o percurso de um outro sujeito. Onde é que de repente, algo nessa história "pega" em você.
Mas eu também lhe diria que se você cometesse alguma indelicadeza com o mesmo, fosse corajoso e digno o bastante para falar a respeito.
Do contrário, construções muito belas podem ficar para trás. E ambos podem perder com isso.
Ahhhh... Eu diria para você chorar com o outro sim, por que não?
Chorar quando ele estiver triste e de emoção, quando ele mudar de etapa e estiver orgulhoso por isso.
Eu diria a você de uma maneira bem “rasgada” que a amizade é de graça. Não paga nada.
Diria que não são rótulos o que a faz. Nem o tempo, mas uma oferenda, quando nada se pede e quando o mundo parece acabar.
Se eu fosse lhe dizer, poderia até lembrar que as amizades (ou qualquer outra relação) que iniciou-se na infância ou a muitos anos, tem uma natureza diferente da conquista recente, mas que nem por isso ela não possa enriquecer sua vida. Porque tem experiência que não vem para uma vida toda, mas ainda assim, as vezes, em um dia ou por poucas horas, ela lhe pode trazer um saber que lhe marca por uma vida inteira.
Se eu fosse lhe dizer....
Eu diria para aproveitar toda ela.
Miriam Machado (Julho de 2007)
(Tais palavras são para meus amigos saberem (que receberem tais escritas), que do que está escrito aqui , nada lhes servem. Vocês me dão tudo isso, como presentes de bala Chita. Muito provavelmente, durante tal leitura, identificaram-se com tudo ou alguma coisa que eu diria para ser, viver ou oferecer. E como eu bem digo, “eu diria”, mas que nada é para se dizer, porque a amizade é assim, se faz por ser.
E eu?
Sorrio e saboreio-a com infinita alegria todas as formas que vocês oferecem a mim, um tempo em que me encontro amparada.)

(Texto reescrito em 02 de Abril de 2008)
(Texto reescrito em 04 de Fevereiro de 2009)
Miriam Machado