sábado, 6 de junho de 2009

Espelhos planos...

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A fotografia diz.
Evidencia o encoberto, o oculto... Denuncia o disfarçado, o subentendido.. Presenteia com o implícito...
Nossa... Isso é uma delícia? -sorrisos-
Apresentando, representando os ângulos.... Quase que uma matemática...
Somando, somando....
Só amando, só amando...
Ela conta mais do que a deliniação. Personifica seus olhares. Não os meus, mas os seus....
Ela registra a história toda como testemunha. Ela estava lá! Detalhista sem perdão! Rigorosa na atemporalidade, ela ultrapassa os ponteiros. E esmiuça suas histórias....
Aquelas que talvez você queira mesmo levar contigo...
Ou queira e não possa...
Ou não queira mesmo, mas vai.
Veja bem! Que ironia...
Aqueles nossos apreços que fotografamos...
Aqueles que poderíamos mirá-los através da lente por uma vida... Sabe? Aqueles que você não cansa de olhar?
Sabe-se lá o quê! "Cada um com seu cada um": já dizia-me alguém em algum momento em minha vida...
Mas talvez você possa se lembrar...
De alguma estima......
Qualquer que seja! Aquela que você de longe se envolve como que por encantamento e deseja congelar seu suspiro... O suspiro do objeto...
E esse tal objeto depois de fotografado vai começar a partir de então, contar algo que não através de sua palavra. Vai falar por si mesmo.
E seus verbos, fotógrafo! Agora nada dirão! Sua palavra por mais que descreva, não irá dizer ainda um tanto dela.
Porque ela, a imagem, vai dizer através de uma outra esfera. Uma outra luz, um outro foco, outro enquadramento. Esse desenho que sulgou o seu desejo.
Sim, porque a escolha de seu flash vai para onde está todo seu gozo.... E disso nada se pode negar!
Talvez então... Diante dessa imagem que não mais lhe pertence internamente.... Porque agora ela é outra coisa sem nome! Está fora de ti. Talvez ela lhe escancare por dentro.
E depois disso...
O que se pode fazer?
Chorar uma tragédia ou brindar como que, em uma festa?
As idéias iluminam como flashes...
Me atentam por onde os olhares focam....
E me defronto com proporções... A matemática de novo?
Me deparo com a natureza da investigação, fotografia, apropriação...
O que procura-se destacar?
Uma virtude?
O poder?
O velado?
Uma posição?
O belo?
A paixão?
Um apaziguamento?
O ódio?
A falta?
O escândalo?
Para que se dá o execício de se trazer à tona?
Do que andas se apossando?
E do que não? Isso é possível? – sorrisos – Ah, sim!

Como se não existisse................. Outro dia me dei conta... Conta? Matemática ou descrição?
Um exemplo inverso: uma inclinação no qual eu naturalmente teria fotografado muito...... E coincidentemente, nenhuma imagem dessa, eu gravei.. Nenhuma? Triste... Muito triste!
A minha relação com o retrato evidenciou-me... Foi o meu desnudamento... Declarou que do outro lado do espelho andam os meus investimentos.
Investimentos... Isso seria a matemática mais uma vez?
Todos os meus desejos são retratados. Se não, é porque não há desejo. Quanto menos ou quase nada de linhas e cores: sem história.
Subtraindo, subtraindo... A matemática de novo, veja isso!
Sub... Traindo.. Sub... Traindo... Mas essa última, definitivamente não foi uma delícia!
Fotografia que descreve como espelho.
Fotografia que descreve-me como espelho.
Fotografia que descreve-lhe como espelho.
E ela vaidosa no final...
Rubricou!


Miriam Machado
06-06-2009


*Matemática:
“é a ciência do raciocínio lógico e abstrato. Ela envolve uma permanente procura da verdade. É rigorosa e precisa.”... “a Matemática continua permanentemente a modificar-se e a desenvolver-se.”

( http://pt.wikipedia.org/wiki/Matem%C3%A1tica )
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