Tenho procurado quatro paredes por todos os meus dias...
Saio por terras estranhas vestida de um macacão raro.... Adentro aos bolsos, carrego pincéis. Às mãos, baldes com tintas.
Preciso desesperadamente de uma parede azul.
Uma amarela.
Uma vermelha.
E a outra...
Preta.
Desejo pendurar rabiscos. Para todo concreto de pé, furos a pregos.
Sobre minha cintura, sacos de linhagem amarrados. Dentro, uma lamparina e duas velas..
A lamparina para iluminar alguma coisa, pouca coisa, quase nada...
A vela para queimar... alguma outra coisa, pouca coisa, quase nada...
Procuro um chão prolongado e vazio ... para um final forrado e quente-suado...
Almejo uma janela imensa, na verdade, desproporcionalmente gigantesca.. Quem sabe me bastasse uma janela de itu?
Ela deve dar suporte a dois corpos, mais um bule, mais um feltro e mais duas xícaras com café quente a serem tomados sob exposições geladas.
No canto entre duas paredes, um vaso de barro pleno de terra... sem raiz .
A planta a ser investida por ali, será posta por decisão tomada em uma manhã próxima e extraordinária.
Míriam Machado
15 de Dezembro de 2011.
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