quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tenho  procurado  quatro  paredes por todos os meus  dias... 
Saio por terras estranhas  vestida de um macacão raro.... Adentro aos bolsos, carrego pincéis. Às mãos, baldes com  tintas.
Preciso  desesperadamente de uma parede azul.
Uma amarela.
Uma vermelha.
E a outra...
Preta.
Desejo pendurar rabiscos. Para todo concreto de pé,  furos  a  pregos.
Sobre minha cintura, sacos de linhagem amarrados. Dentro, uma lamparina e duas velas..
A lamparina para iluminar alguma coisa, pouca coisa, quase nada...
A vela para  queimar...  alguma outra coisa, pouca coisa, quase nada...
Procuro  um chão prolongado  e vazio ... para  um final  forrado  e   quente-suado...
Almejo  uma janela imensa, na verdade, desproporcionalmente gigantesca.. Quem sabe me bastasse uma janela de itu?
Ela deve dar suporte a  dois corpos,   mais um  bule,  mais um feltro  e mais duas xícaras com café quente a serem tomados sob exposições  geladas.
No  canto entre duas paredes,  um vaso de barro pleno de  terra...  sem  raiz .
A planta a ser investida por ali, será  posta por decisão tomada em uma manhã próxima e extraordinária.

Míriam Machado
15 de Dezembro de 2011.













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