terça-feira, 17 de agosto de 2010

Hoje eu perdi a conta.

Então... Eu posso pensar em tantas coisas para escrever com essa imagem...
....
Nesse meu momento...
Porque é um momento, creio realmente.
Essa minha busca da imagem...
Esse tempo de compartilhar toda ela... Tem tido um efeito fantástico que se eu conseguisse contar às pessoas... Como que distribuindo aos outros, conhecidos ou não, a receita. Contando que é possível continuar enquanto as "coisas" não acontecem.
No final do dia... Quando vou me deitar, eu posso somar quantas satisfações eu tive...
Quem nos seus momentos mais gloriosos de sua vida, lembra-se ao deitar, de quantas construções em seu dia causaram-lhe essa satisfação de bem estar no qual me refiro... ?
E quem conseguira ao se deitar, lembrar de toda construção que fez para si mesmo e que anulou toda falta no seu presente, e que poderia trazer junto de si, a angústia, a desesperança, o sentimento de impotência?
Essa minha possibilidade, que eu andei desbravando... Não me deixa caída sobre essas experiências.
E tal ocupação é tão simples... Tão simples que é por isso que eu digo que quase descobri o segredo....
É simples demais frente ao ideal gigantesco das pessoas... E eu estou aqui, me perguntando se não estou pretensiosa demais por dizer que essa experiência  que se constrata com crenças  gigantes, pode se dizer assim, o segredo da experiência de fazer-se vivo.
Aos sujeitos com  seus sonhos quase inatingíveis, estes que nem podem ser para o agora... Ou não o são para que sejam inatingíveis mesmo... E ninguém tenha que se haver com esse segundo presente.
A imagem é em preto e branco...
Talvez alguém possa dizer que sua vida também esteja assim. Mas essa mesma imagem  é definitivamente um charme é bela. E certamente é até ressaltada por alguns por terem exatamente essas duas cores. Então é uma experiência que parte do particular. 
Talvez torna possível pensar que a vida por mais frágil que esteja, também pode ser observada ou dita pelo seu belo e charme. E por não ter "cores demais" talvez não confunda, não pese, não sufoque.O que as vezes, ter o "demais" cause tais experiências também.
O casal da imagem não sou eu, com alguém que eu goste... Mas nem por isso me impede de apreciá-los e lembrar-me de quantas vezes eu pude e ainda posso. E lembrar de que tal possibilidade está aí, bem próxima!
A cidade está lá embaixo também...
E eu não estou como todas as pessoas, efetivando um trabalho em função do próprio desejo e nem tampouco efetivando um trabalho para proporcionar um outro trabalho em função de um  desejo...
 Mas a respeito disso, eu estou aqui, efetivando a partilha com os mesmos..
Com os mesmos lá debaixo...
Que as vezes, mesmo nesse ato de trabalho-desejo, desejo-trabalho não foram despertados pela experiência desgarrada  e emocionada...
Que é como me percebo agora.
E tem sido assim...
Nessa simplicidade toda.
Me parece mesmo que eu encontrei um segredo, nos quais as pessoas procuram lá embaixo... Procuram uns nos outros.. Procuram em religiões, em livros, em peças de roupas ou de carros... Em construções próprias ou  em drogas, sejam elas quais forem...
Eu não procurei fora. Eu desenvolvi dentro.
Eu tenho dormido todas as minhas noites desde então...
E voltei a sonhar..
Antes de me deitar é claro, eu conto.
Conto quantas produções eu fiz, sejam elas quais forem..
Conto para os meus próximos, aqueles que conseguem ouvir... Fico torcendo que eles possam aceitar um tanto disso... E parem de insistir em colocar qualquer outro, ou qualquer coisa no lugar da experiencia de fazer-se vivo.
Conto porque não é segredo.
E conto porque não é um conto.
É a minha vida.
As coisas... Essas "coisas" da vida não são a vida.
A vida sái de dentro.
É a gente que dá vida as coisas.
As coisas, todas elas são inanimadas.
Mas nós somos seres vivos.
Certamente é possível pensar se as pessoas ocupadas de tristeza, ocupadas da dor estão dispostas a dar alguma coisa.
Porque a vida é a gente que dá.
As vezes, as pessoas não querem dar...
E é uma escolha também.
Eu.. Posso dizer que mesmo agora quando as "coisas" tornam a minha vida um tanto mais delicada...
Nossa gente..
Eu vou pra rua e compartilho com gente, com bicho, com o frio, com o cansaço físico, com a folha... 
Até com a folha seca no chão. 
E me percebo viva.
Tudo que eu faço só me favorece...
De tão simples, me mantém de pé e bem.
Eu não deixei a desejar nada quando voltei para casa.
Não cheguei com a sensação de vazio.
Me percebi  rica..
E feliz.
Hoje eu perdi a conta de quantas imagens foram...
Coloquei aqui as que consegui.
Mas o segredo que não é segredo porque eu conto, continua me fazendo  intensa...
Eu realmente tinha que compartilhar agora...
E essa partilha/escrita também vai para soma...
A soma da conta...

Míriam Machado.
Fotografia tirada hoje, 17 de agosto/10  por volta das 16:00hs na Praça do Papa.


Um comentário:

  1. Flor, quando vc compartinha suas palavras e imagens, vc também deixa a minha vida mais rica! Bjs

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